TJMA promove roda de conversa sobre a Mulher Negra

O Tribunal de Justiça do Maranhão (TJMA), por meio do Comitê da Diversidade e da Unidade de Monitoramento Carcerário (UMF), realizou sexta-feira (8), uma roda de conversa no Centro de Juventude Florescer, em alusão ao Dia Internacional da Mulher Negra Latino-americana e Caribenha e ao Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra, comemorados no dia 25 deste mês.

A visita à Casa Florescer foi realizada com a participação do juiz Marco Adriano Fonseca, coordenador-geral do Comitê de Diversidade, acompanhado de uma equipe de servidores e servidoras do Poder Judiciário maranhense. 

PARCERIA COMITÊ DE DIVERSIDADE e UMF

O trabalho em conjunto visa promover rodas de diálogos com meninas que cumprem medidas socioeducativas e com mulheres do sistema prisional, com o objetivo de fortalecer as políticas judiciárias com a representatividade de mulheres que atuam no contexto da educação antirracista, tanto no sistema de Justiça quanto na política de educação.

O juiz Marco Adriano, coordenador do Comitê da Diversidade, classificou o momento como gratificante. “Participar dessa atividade aqui, com essas meninas, e todos e todas interagindo em condições de igualdade, conversando e construindo juntos, nos leva a refletir o nosso papel, como sociedade, para com os nossos jovens”, disse. De acordo com o juiz, a sociedade precisa ter o compromisso de proteger a juventude para que essas pessoas sejam as protagonistas de suas histórias.

Para a servidora Joseane Cantanhede, membra do Comitê, ações como essa retratam o quanto o Poder Judiciário maranhense está presente na construção de uma sociedade justa, fraterna e de oportunidades. “Nessa roda de conversa, com referências lúdicas e literárias, cada menina é convidada a fortalecer sua voz no mundo enquanto cidadã, com oportunidades de direitos”, complementou. 
 

RODA DE CONVERSA
 
A professora e escritora Luanda Martins conduziu a roda de conversa com as meninas em cumprimento de medidas socioeducativas no Centro de Juventude Florescer.

No primeiro momento da atividade, a convidada incentivou uma reflexão sobre “ser mulher”. Em seguida, a escritora iniciou a contação da história “A criação do mundo pelas mulheres Bigajós, um conto africano”. No encerramento, os participantes da roda de conversa tiveram a oportunidade de criar e declamar versos sobre a mulher negra, ao som de uma batida de rap.

De acordo com a escritora Luanda Martins, autora do livro “Na Casa da Vó Bá”, que será lançado nesta segunda-feira (11), na Livraria Lekti, a roda de conversa foi enriquecedora. “Estar aqui nesse espaço, que é um lugar no qual essas meninas refletem sobre suas práticas e histórias de vida, fortalece nossa própria experiência como ser humano e mulher negra”, disse. 

A adolescente V. A. B considerou a manhã como um momento de muito aprendizado. “Foi maravilhoso e inspirador para mim e para as outras meninas. Muito importante para termos referências e sabermos como lutar contra o preconceito com mulheres negras”, testemunhou a jovem.

SOBRE A DATA
 
O Dia Internacional da Mulher Negra Latino-americana e Caribenha foi criado em 25 de julho de 1992, durante o I Encontro de Mulheres Afro-Latino-Americanas e Afro-caribenhas, em Santo Domingos, República Dominicana. É um marco internacional da luta e da resistência da mulher negra.

No mesmo dia, anualmente no Brasil, é comemorado o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra. Mulher negra, estrategista militar e dirigente política, Tereza de Benguela marcou a história do Brasil no século XVIII à frente do Quilombo de Quariterê, localizado no território que hoje corresponde ao Vale do Guaporé, no Estado do Mato Grosso.
 
PROJETO ANUAL
 
Na visita, a equipe informou que toda a programação do Comitê de Diversidade para 2022 está alinhada ao projeto que comemora o Bicentenário de Maria Firmina dos Reis. Mulher negra, que marcou a história do Brasil no século XIX, Maria Firmina dos Reis deixou seu legado como professora, escritora, musicista e criadora da primeira escola mista do Brasil.

A abertura do Bicentenário ocorreu no dia 11 de março, com o espetáculo “Maria Firmina dos Reis – Uma voz além do tempo”, com a atriz e pesquisadora maranhense Júlia Martins. O evento aconteceu no auditório do Centro Administrativo para servidores(as), magistrados(as) e alunos(as), professores(as) e gestores(as) de escolas públicas.
O Bicentenário é organizado pelo Comitê de Diversidade e Coordenadoria de Biblioteca e Jurisprudência.