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SES inicia implantação do Apoio Matricial na Saúde Mental com profissionais do município de Raposa

A Secretaria de Estado da Saúde (SES) realizou, nessa quinta-feira (28), o primeiro encontro do “Projeto para Implantação do Apoio Matricial na Saúde Mental” com profissionais do município de Raposa. A próxima etapa terá início em outubro e será realizada pelas equipes da Força Estadual de Saúde do Maranhão (FESMA) e do Departamento de Saúde Mental (DASM). O objetivo é qualificar os profissionais da Unidade Básica de Saúde (UBS) Sol Nascente para a ampliação e acesso a serviços da Atenção Primária à Saúde (APS).

“Quem deve ser o protagonista nos indicadores estaduais são os municípios. Nossa intenção é trabalhar com todos os 217 e fazer o possível para que as políticas de saúde pública prevaleçam nos territórios, beneficiando quem mais precisa, que é o povo maranhense”, destacou o superintendente de Atenção Primária em Saúde da SES, Willian Ferreira. 

O projeto para Implantação do Apoio Matricial na Saúde Mental foi proposto como plano de trabalho, a partir da utilização das práticas de cuidado e saberes dos profissionais, com foco na efetivação do fortalecimento da APS. Por meio da metodologia, espera-se intensificar o acesso aos serviços de saúde, proporcionando intervenções mais eficazes e resolutivas nos problemas de saúde mental. 

Durante os encontros, que acontecerão de forma semanal, uma equipe da FESMA, formada por médico psiquiatra, psicólogo, terapeuta ocupacional, assistente social, nutricionista e educador físico, irá trabalhar com os colaboradores da unidade de saúde.

O secretário municipal de Saúde de Raposa, Romilson Froes, participou do encontro inaugural e destacou a importância da parceria com o Governo do Estado. “Todas as vezes em que o Estado se aproxima do município e disponibiliza um serviço que ainda não é ofertado, é de grande valia e importância para ampliação da assistência na nossa rede de cuidados”. 

Presente no primeiro encontro de qualificação, a chefe do Departamento de Atenção à Saúde Mental da SES, Isabelle Rêgo, afirmou que o objetivo é formar equipes de apoiadores matriciais nos municípios. “A meta é fazer com que a linha de cuidado da Saúde Mental seja fortalecida, partindo da Atenção Primária, que é a organizadora do cuidado. A metodologia para a qualificação alia teoria e prática, pois esperamos que os profissionais também atuem como multiplicadores”, frisou.

A metodologia já vem sendo debatida no Sistema Único de Saúde (SUS), e no Maranhão ela será executada a partir da presença de equipes de saúde do estado nas unidades municipais, compartilhando o cuidado no âmbito da Saúde Mental. 

“Nossa expectativa está em aprender a partir do ciclo assistencial do município. Será um impacto muito grande, uma vez que daremos maior propriedade aos profissionais, desafogando outros serviços, como o Centro de Atenção Psicossocial”, afirmou a coordenadora da APS de Raposa, Glaucia Rocha.

A porta de entrada para os serviços que integram a Rede Atenção Psicossocial são as Unidades Básicas de Saúde (UBS), responsáveis por fazer a classificação, estratificação de risco e o escalonamento do cuidado. Somente após esse primeiro atendimento é que são feitos os devidos encaminhamentos, se para a assistência especializada em casos de transtorno mental grave, ou acompanhamento na própria Atenção Primária do município nos transtornos leves.

O profissional autônomo Adriano Matos, de 36 anos, estava aguardando atendimento na UBS Sol Nascente, quando ficou sabendo da iniciativa de matriciamento. “Depois da pandemia, muita gente adoeceu, principalmente com relação às crises de ansiedade. Eu mesmo tento me cuidar investindo tempo com a família e praticando esportes. Espero que a iniciativa ajude a melhorar principalmente o tempo de atendimento”, compartilhou.

De acordo com a coordenadora da FESMA, Adriana Mota, trata-se de uma estratégia eficiente capaz de modificar a realidade. “Ao observarmos o panorama epidemiológico dos transtornos mentais e os determinantes sociais de saúde, entendemos que o matriciamento pode ampliar a resolutividade da APS e fortalecer a Rede de Atenção à Saúde, ao passo que também estimula a cogestão, a corresponsabilidade e a intersetorialidade”, ressaltou.

Além do município de Raposa, o trabalho de tutoria do “Projeto para Implantação do Apoio Matricial na Saúde Mental” será aplicado em São Luís.