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Programação do Mês da Mulher é aberta no MPMA

O Ministério Público do Maranhão deu início na sexta-feira, 1º/03, no auditório da Procuradoria-Geral de Justiça (PGJ), à programação do Mês da Mulher, que envolve uma série de atividades em março para homenagear as mulheres.

Organizado pela Procuradoria-Geral de Justiça e Centro de Apoio Operacional de Enfrentamento à Violência de Gênero (CAO-Mulher), o evento reuniu membros e servidores do MPMA, além de representantes de instituições convidadas.

A abertura contou com a participação do diretor de cinema e televisão Jayme Monjardim e da empreendedora Cornélia Rodrigues, conhecida como Nelinha do Babaçu, que realizaram a roda de conversa “Mulher: ficção e realidade”.

O Coral Vozes do MP, apenas com a participação de mulheres, fez a apresentação de dois clássicos da MPB – O Barquinho, de Roberto Menescal e Ronaldo Bôscoli, e Maria, Maria, de Milton Nascimento e Fernando Brant.

A coordenadora do CAO-MULHER em exercício, Selma Martins, ao dar as boas-vindas ao público presente, destacou a importância da discussão em favor do empoderamento e valorização da mulher.

O procurador-geral de justiça, Eduardo Nicolau, ressaltou que o evento, mais do que comemorar o mês da mulher, busca propiciar reflexões sobre a condição feminina e promover conscientização acerca da importância e da força da mulher na sociedade. “Se a mulher fosse o sexo frágil, ela nem paria. Nós, do MP, temos o dever de continuar a cuidar e proteger a vida das mulheres do nosso estado”, afirmou.

A secretária de estado de Defesa da Mulher, Abigail Cunha, e a desembargadora Sônia Amaral, que representou o Tribunal de Justiça do Maranhão, também se manifestaram e elogiaram a programação do evento.

Na abertura, o dispositivo de honra foi composto ainda pelas procuradoras de justiça Selene Coelho de Lacerda (corregedora-geral do MPMA em exercício), Mariléa Campos dos Santos Costa (ouvidora do MPMA em exercício); a vereadora de São Luís Karla Sarney (representante da Câmara Municipal); o segundo subdefensor-geral do estado, Paulo Rodrigues da Costa; a coordenadora municipal da Mulher, Luzimar Lopes; o presidente da Associação do Ministério Público do Estado do Maranhão (Ampem), Carlos Augusto Soares; e o advogado Rodrigo Maia Rocha (membro efetivo do Tribunal Regional Eleitoral do Maranhão).

FEIRA DAS PRETAS

Como parte da programação do Mês da Mulher, a Feira das Pretas, articulação das mulheres empreendedoras, também foi instalada na Procuradoria-Geral de Justiça. O evento tem a finalidade de estimular a economia solidária e o empreendedorismo do público feminino afrodescendente. Trinta integrantes da articulação fizeram a exposição de artesanato, objetos de decoração, moda, cosméticos, itens religiosos e de papelaria.

No encerramento, o grupo de tambor de crioula Grande Oriente fez uma apresentação para os participantes da programação.

RODA DE CONVERSA

Ao iniciar a roda de conversa, a procuradora de justiça Maria de Fátima Rodrigues Travassos Cordeiro apresentou Nelinha do Babaçu, destacando a trajetória de vida e crescimento profissional da empreendedora social desde que deixou o município de Palmeirândia, na Baixada Maranhense, há mais de 40 anos. “É um grandioso trabalho dessa grande mulher, que tem ousadia e coragem de reconhecer em nós, valores e sentimentos de humanidade”, referindo-se à mobilização para envolver outras mulheres na economia solidária em torno do babaçu.

Em seguida, a promotora de justiça e chefe de gabinete da PGJ, Theresa Ribeiro de La Iglesia, destacou o objetivo do evento é celebrar e reconhecer as conquistas, lutas e contribuições das mulheres ao longo da história e apresentou Jayme Monjardim. “Diretor artístico, cineasta e criador de sonhos. Nesta roda de conversa, que inicia as comemorações do Dia Internacional da Mulher no Ministério Público do Maranhão”.

A promotora de justiça agradeceu a disponibilidade do diretor em participar da abertura da programação do mês da mulher e compartilhar sua experiência profissional com o público.

Ele dirigiu as telenovelas Partido Alto, Roque Santeiro, Sinhá Moça, Direito de Amar, A História de Ana Raio e Zé Trovão, Terra Nostra, Pantanal, Páginas da Vida, Flor do Caribe, Viver a Vida, Sete Vidas, Tempo de Amar e o Clone. Além das minisséries, O Fantasma da Ópera, O Canto das Sereias, Chiquinha Gonzaga, Aquarela do Brasil, A Casa das Sete Mulheres, Passaporte Para a Liberdade e as séries Fronteiras do Desconhecido e Maysa, Quando Fala o Coração. Os filmes Olga, O Tempo e o Vento e O Vendedor de Sonhos.

Monjardim agradeceu a receptividade e destacou que o trabalho desenvolvido por ele está intimamente ligado ao universo feminino. “Desde que comecei na TV Globo, há muitos anos, trabalhei com grandes escritoras, como Janete Clair, Ivany Ribeiro e o destino me colocou de alguma maneira em contato com as histórias fortes femininas, a exemplo de Chiquinha Gonzaga. Fui descobrindo esse universo de uma maneira diferente. Depois chegou Olga, Casa das Sete Mulheres, depois Maysa, quando fiquei dois anos me preparando para contar essa história”.

Sobre a série Maysa, mãe de Monjardim, o autor Manoel Carlos informou que iria escrever a história da cantora com muita dignidade e respeito. “Ela foi uma grande batalhadora, uma mulher que realmente fez a diferença na sua época, tinha grandes amigas, como Leila Diniz, Elis Regina. Uma época em que realmente a mulher começou a se libertar.”

PALMA MATARAZZO

Monjardim falou sobre o projeto “Palma Matarazzo”, desenvolvido em parceria com Nelinha do Babaçu, no povoado Santa Eulália, em Palmeirândia. Eles se conheceram quando ela trabalhava como cozinheira na casa de Monjardim e ficaram amigos. Em seguida, resolveram desenvolver produtos para ajudar no desenvolvimento sustentável e contribuir com o aumento da renda das quebradeiras de coco e da comunidade local.

A proposta é que o babaçu seja utilizado como matéria-prima para produção de alimentos. O Maranhão tem a maior produção do país e esse potencial pode ser aproveitado para o incentivo ao cooperativismo, valorização das comunidades tradicionais e proteção ao meio ambiente. Atualmente, o projeto desenvolve pesquisas científicas em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) para garantir a qualidade dos futuros produtos.

Nelinha explicou que a parceria com a Embrapa nasceu a partir da proposta de desenvolver um suplemento para combater a desnutrição em crianças. Os sachês distribuídos pela Organização das Nações Unidas (ONU), nos casos de insegurança alimentar, são feitos com pasta de amendoim. “Para falar de sustentabilidade é necessário falar de humanidade, ou seja, olhar o outro e considerar suas carências. Nós, mulheres, não precisamos de caridade e sim de oportunidades”.

A empreendedora contou que, em 2019, desenvolveu, de forma caseira, um creme de leite feito de coco babaçu para usar em uma receita e desde então a vontade de aproveitar a riqueza da palmeira para fomentar o desenvolvimento no Maranhão a motivou a envolver a comunidade Santa Eulália, na Baixada Maranhense.

“Nosso projeto [Palma Matarazzo] é de responsabilidade social, ambiental e econômica. Queremos gerar renda de forma sustentável. Vemos o babaçu como uma grande oportunidade de tirar o Maranhão da pobreza”, concluiu Nelinha do Babaçu.