Mercado erótico: crescimento em meio a crise traz mudanças para o setor e prevê futuro promissor

A crise provocada pela pandemia do novo coronavírus impactou diversos setores. Durante o período incerto, 716 mil empresas fecharam as portas. Os dados são da Pesquisa Pulso Empresa: Impacto da Covid-19 nas Empresas, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 

Na contramão do cenário econômico atual, alguns mercados não somente sobreviveram ao período turbulento como também tiveram um aumento expressivo no faturamento. Segundo dados da pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Empresas do Mercado Erótico, o comércio de produtos eróticos teve um crescimento de 12% no último ano. 

Ainda segundo a pesquisa, durante o período de março a agosto de 2020, o vibrador conquistou o aumento de 50% das vendas, com o equivalente de aproximadamente 1 milhão de unidades vendidas apenas no Brasil. 

Aumento na procura durante a pandemia

O principal fator que explica o crescimento do setor em plena crise econômica está ligado diretamente à necessidade de se reinventar com a chegada do isolamento social. A permanência em casa, a falta de encontros casuais e a rotina de quarentena em casais gerou a busca por novas alternativas de prazer. 

Além do vibrador, o lubrificante íntimo, o gel térmico e o gel para massagem corporal também tiveram destaque durante o ano de 2020, segundo a pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Empresas do Mercado Erótico. 

O boom do mercado erótico não aconteceu somente no Brasil, empresas internacionais também notaram o crescimento do setor. A marca alemã Womanizer noticiou que suas vendas aumentaram aproximadamente 50% em relação ao previsto para os primeiros meses de 2020. De acordo com a companhia, o crescimento teve destaque principalmente nos locais mais afetados pelas medidas de isolamento, como França e Itália. 

Mudanças e futuro do mercado erótico

Além de apresentar mudanças quanto ao número de vendas, a forma como o mercado erótico é visto também vem mudando ao longo dos anos. Cresce no setor o movimento sexual wellness, que tem como objetivo tirar da sexualidade fardos relacionados ao tabu e levá-la para o âmbito do autoconhecimento e bem-estar. 

É o que tem mostrado as mudanças de abordagem de algumas marcas internacionais do mercado. A Nordstrom, rede de departamento norte-americana, criou em seu catálogo uma sessão de bem-estar sexual. Já a britânica Reckitt Benckiser, dona de marcas como Vanish e Jontex, comprou a startup Queen V, que tem a higiene e o bem-estar vaginal como foco.

O futuro do mercado erótico parece promissor. A consultoria norte-americana Allied Market Research acredita em perspectivas positivas para o setor. Segundo dados divulgados pela empresa, a projeção para o mercado global de produtos eróticos é de um avanço ainda maior, com crescimento de quase 5% ao ano pelo menos até 2027.