Mediadores e conciliadores recebem capacitação em mediação familiar

Como atuar na mediação de conflitos que envolvem não só questões sociais, financeiras e jurídicas, mas também emocionais, e na mesma família? O tema está sendo discutido no curso de aperfeiçoamento em mediação e conciliação familiar promovido pela Escola Superior da Magistratura (ESMAM), para conciliadores e mediadores do Tribunal de Justiça do Maranhão (TJMA).

A ação prossegue até sexta-feira (2), com duração de 16 horas-aula, e integra a Política Judiciária de Tratamento Adequado dos Conflitos de Interesse, gerenciada pelo Núcleo Permanente de Métodos Consensuais (Nupemec – TJMA).

“A conciliação familiar, requer do mediador maior preparação para o contexto complexo que muitas vezes envolve os conflitos familiares”, ressaltou a professora Juliana Polloni, ao introduzir o tema, nesta qunita-feira (1). “O processo requer um amplo olhar que abranja todos os aspectos que esse tipo de conflito envolve, a fim de promover um atendimento de qualidade, focado não apenas no problema apresentado, mas que circule as variantes envolvidas nas questões”, pontuou.

O desembargador José de Ribamar Castro, diretor da ESMAM, ressaltou a importância do aperfeiçoamento nas práticas de mediação como forma de fortalecer os métodos consensuais de resolução de conflitos e parabenizou os profissionais que atuam nos centros de conciliação estaduais pela contribuição que trazem na promoção da pacificação social.

Doutora em Serviço Social e mestra em Direito Civil e Processo Civil, Juliana é terapeuta familiar e de casal no Instituto de Terapia Familiar de São Paulo. Ela destaca que um dos objetivos da capacitação é desenvolver o olhar do(a) mediador(a) para si mesmo(a) e para as famílias, visando possibilitar a construção de um melhor espaço dialógico, que se faz necessário na conjuntura da mediação.

METODOLOGIAS ATIVAS 

O conteúdo programático aborda sobre a construção social da família e os efeitos sobre a postura do mediador familiar, além de focar nos contextos da Mediação Familiar e suas especificidades. Divididas em quatro módulos, as aulas contam com metodologias ativas, que envolvem dinâmicas, simulações de casos e elaboração de genogramas – instrumento de representação gráfica do sistema familiar, preferencialmente em três gerações, que utiliza símbolos padronizados para identificar os componentes da família e suas relações.

Entre os temas que serão discutidos nos dois dias de treinamento, estão a construção social da família; contextos da mediação familiar; conjugalidades e parentalidades: pluralidade de possibilidades: conversas sobre negociações de cuidados dos pais e do patrimônio familiar; práticas pós-modernas na mediação familiar: recursos e ferramentas oferecidos pelas abordagens Narrativa e Colaborativa; Genograma e Recursos Conversacionais – ferramentas úteis ao mediador(a) para ampliar e circular as histórias de conflitos.

Para o mediador e conciliador, Washington Souza Coelho, que atua no 1º Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania (CEJUSC) e na política judiciária de tratamento adequado de conflitos de interesse, a capacitação abre espaço aperfeiçoar a prática e ampliar os conhecimentos sobre os diversos modelos de mediação. “Aqui podemos explorar outros formatos que são utilizados no Brasil e no mundo, buscando adaptar à nossa realidade local para colaborar na efetiva resolução dos conflitos tipicamente familiares”, disse.