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Captação de água da chuva é estratégia para diminuir consumo  

Com a falta de periodicidade de chuvas no país é de suma importância saber como utilizar a água pluvial no futuro, para isso uma prática tem ganhado adeptos em grandes construções, como edifícios e indústrias, com o objetivo de equalizar os períodos de secas e economizar. O sistema de captação também pode ser adaptado em casas residenciais. 

A engenheira civil e coordenadora do curso de Engenharia Civil da Pitágoras, Mariana Neiva, apresenta alternativas eficientes e sustentáveis para aproveitar a água da chuva, como é o caso da criação de reservatórios. “A captação é feita normalmente pelas calhas que recebem as águas da chuva, caindo sobre o telhado e sendo levados aos condutores verticais que têm como destino final o armazenamento. Essa água pode passar por um processo de filtragem para reter detritos maiores, ou pode ser feito o descarte da água inicial, e em seguida ela poderá ser usada em diversas atividades”, pontua. 

A média pluviométrica é a quantidade de chuva de uma região, expressa em milímetros por metro quadrado. Cada milímetro representa um litro que chove em uma área de 1 m². As médias são observadas mensal ou anualmente e, em um ano, a coleta de uma cisterna pode ultrapassar os 92 mil litros. 

Em construções que acumulam grandes volumes de água, como indústrias e prédios é possível utilizar esse recurso. Segundo a especialista é um processo relativamente simples e promove economia de recursos tanto financeiros como naturais. “Nesses casos, o ideal seria, que na entrada do armazenamento, com um volume grande de água, seja colocado um freio d’água, que diminua sua velocidade impedindo que a entrada na cisterna agite seu conteúdo e suspenda partículas depositadas no fundo. É indicado também um sistema de bombeamento dessa água para que seja levada para um reservatório superior (caixa d’água), onde será destinada aos locais de uso”, detalha. 

A engenheira acrescenta que este recurso pode ser usado em residências unifamiliares, prédios comerciais e na indústria. O sistema pode ser adaptado à necessidade do usuário. “Esta água pode ser utilizada em atividades como descargas, limpeza de pisos ou carros, irrigação, entre outros usos domésticos que não necessitem do uso de água potável”, explica. 

Veja algumas dicas para montar um sistema de captação em casa ou sugerir para o condomínio: 

1 – Faça uma checagem do telhado. Afinal de contas, essa área será a fonte principal para captar a água da chuva. Caso você note uma sujeira excessiva, providencie uma limpeza, lembrando-se das calhas; 

2 – Evite a coleta nos dez primeiros minutos de chuva. É nesse momento que estão os maiores índices de sujeira e que sobrecarregam os filtros das cisternas; 

3 – Escolha a cisterna ideal para a sua casa. Aquelas que podem ser instaladas sob o chão tem a vantagem de manter a água acumulada em temperaturas mais baixas, já que elas não sofrem a incidência de luz; 

4 – Para escolher o reservatório adequado, confira primeiro a capacidade da caixa d´água. Assim, você escolhe o produto que mais se adeque a sua realidade e complemente o uso doméstico. Há modelos com capacidades que variam entre 2.800 e 10.000 litros. Também existem opções para todos os bolsos. As diferenças básicas são a capacidade de armazenamento, os recursos de filtragem e a distribuição; 

5 – A cisterna pode ser feita de alvenaria, plástico modular e fibra de vidro. É importante assegurar que o material não transmita cheiros ou odores e que preserve a qualidade da água.