Saúde

Transtorno Bipolar: identificar os sinais e ter uma rede de apoio entendida é essencial no tratamento

Você já notou alguma pessoa que, ora está excessivamente bem-humorada e ora tem uma queda drástica no humor? Muitos tratam isso com preconceito e taxam esses comportamentos como “frescura”, quando na verdade, é preciso lidar com mais cuidado, carinho e paciência, pois o que muita gente não sabe é que pode se tratar de um possível quadro de transtorno bipolar.

Com o objetivo de eliminar essa falta de informação e o falso rótulo social, a data 30 de março é marcada como o Dia Mundial do Transtorno Bipolar, trazendo a missão de conscientizar o público sobre essa doença mental, principalmente para familiares e amigos entenderem e saberem lidar melhor com esse transtorno que acomete, aproximadamente, entre 1% e 5% da população mundial, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS).

A psicóloga do Sistema Hapvida, Débora dos Santos, explica que há uma nova nomenclatura definindo a doença como Transtorno Afetivo Bipolar, pois os especialistas entendem que assim, fica mais claro que o transtorno está diretamente ligado ao humor e não à personalidade da pessoa.

Os sinais

Alguns comportamentos ajudam no diagnóstico da doença e a análise deve ser feita pelas diferentes classificações. Débora aponta os tipos mais comuns do transtorno:

Transtorno Bipolar tipo 1: É o tipo clássico da doença onde é manifestada a mania, também chamada de estado maníaco-depressivo, onde é comum apresentar um humor expansivo, felicidade extrema e animação de grau exacerbado. Existe também a dificuldade de a pessoa controlar os impulsos, apresentando irritação fácil quando é contrariada. O indivíduo é carregado por muita energia e se envolve em várias atividades ao mesmo tempo e geralmente não conclui nenhuma.

Tipo 2: Nesse quadro hipomaníaco, ou seja, com sintomas mais leves relacionados à mania, pode durar pelo menos quatro dias. A rotina é menos afetada, os relacionamentos sociais são mais acessíveis e a energia tem oscilações mais brandas em relação ao tipo 1.

Relacionados às substâncias: Esse tipo é caracterizado pela decorrência do uso de substâncias químicas, como, por exemplo, alguns medicamentos. Essas substâncias facilitam a manifestação dos sintomas e os potencializam.

Os cuidados

O uso de substâncias como álcool e drogas devem ser completamente descartados, pois geram gatilhos e podem desencadear um quadro de mania.

É necessária a ajuda do psicólogo ou psiquiatra, com um acompanhamento regular desse especialista que analisa cada caso e como a doença se manifesta em cada pessoa. Alguns medicamentos prescritos pelo psiquiatra são essenciais no tratamento.

Geralmente o melhor momento para a procura e o início do acompanhamento com o psiquiatra é quando a pessoa se encontra no pólo depressivo. “Quando o pólo maníaco é manifestado, a sensação é de que está tudo bem e não é necessária qualquer ajuda, por isso, quando a pessoa está mais depressiva, fica mais propensa e aberta a começar um trabalho psicoterapêutico”, explica a psicóloga do Sistema Hapvida.

E claro, é essencial o apoio dos familiares e amigos, no entendimento e na aproximação, além da utilização de técnicas na sua rotina. “A pessoa com transtorno bipolar precisa que as pessoas ao seu redor a ajudem a se manter funcional e ter pensamentos adaptativos. Algumas técnicas ajudam bastante, como a respiração diafragmática e a meditação”, completa Débora.