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SÃO LUÍS – Exposição retrata quitandeiros tradicionais de São Luís

Composta de 11 fotografias coloridas, que retratam quitandeiros de diversos bairros tradicionais da capital, a exposição “Velhicidades” foi aberta na manhã desta terça-feira, 18, no Espaço de Artes Márcia Sandes, na Procuradoria Geral de Justiça (Calhau). As imagens são resultado de uma ação extensionista do Grupo de Pesquisa Velhice, Cultura e Sociedade (GEVCS) do Instituto Federal do Maranhão (IFMA) em parceria com o Museu da Árvore (Marvore) e estão impressas em telas. A curadoria é de Carolina Gesualdo e Suellen de Jesus.

O objetivo da exposição, em cartaz até o dia 30 de agosto, é retratar pessoas idosas que mantêm vivos os pequenos comércios domésticos de variedades em bairros de São Luís. Membros e servidores do Ministério Público do Maranhão, além de representantes do IFMA e de entidades de defesa dos direitos dos idosos estiveram presentes na solenidade.

Na mostra, estão em destaque pessoas como os quitandeiros Sebastião dos Santos, da Madre Deus, e Maria Alice Pereira, do Coroadinho.

Na abertura, o procurador-geral de justiça, Eduardo Nicolau, destacou a importância de existirem iniciativas de preservação da memória dos idosos de São Luís. “Nós temos que cuidar dos idosos e de todos nós com muito carinho, para proporcionarmos uma velhice com muita dignidade e respeito e o estado também têm a obrigação de contribuir com esse processo.

Em seguida, a estudante do curso de Artes Visuais do IFMA, Ana Carolina Gesualdo da Silva, comentou sobre o processo de realização da exposição. “Foi uma experiência na qual foi possível compartilhar histórias, na qual foi possível adentrar as casas e as memórias. Portanto, a exposição é um convite para a gente refletir sobre a beleza da velhice, do envelhecimento e sobre os espaços poéticos de São Luís do Maranhão”.

O pró-reitor de Pesquisa e Extensão do IFMA, Carlos Alexandre Amaral, afirmou que as quitandas são espaços de memória e resistência. “Precisamos garantir todos os direitos dessas pessoas, que tanto contribuíram para a sociedade. Olhar essas fotografias é voltar à infância e fico muito feliz em saber que as quitandas ainda existem nos bairros de São Luís, porque sabemos que o mercado é bastante competitivo”, frisou.

Com observações semelhantes se manifestou o coordenador do Centro de Apoio de Defesa dos Direitos das Pessoas Idosas e das Pessoas com Deficiência (CAO-PIPD), Alenilton Santos da Silva Júnior. “As quitandas são espaços de memória e a memória da pessoa idosa é a história viva da sociedade e de todos nós. A exposição retrata a memória na medida em que busca manter vivos os ofícios tradicionais praticados por velhos e velhas, assumindo um protagonismo e transmitindo a nossa cultura para as gerações futuras”, ressaltou.

Encerrando a solenidade, o diretor da Secretaria de Planejamento e Gestão, Ednarg Marques, enfatizou que a exposição resgata laços afetivos do cotidiano social da cidade. “Quando o Ministério Público resgata a velhice e o ofício do quitandeiro, cumpre o seu papel de fomentar a cultura e a política de defesa do idoso. Portanto, essa exposição para além da beleza das imagens, é uma mostra que resgata sentimentos, porque a quitanda não era somente um espaço de comércio, mas também um lugar de encontro, de afetividade”, afirmou o promotor de justiça.