Qual a proporção ideal de fundos imobiliários para se ter na carteira?

A proporção ideal de fundos imobiliários para se ter na carteira é uma pergunta que vários investidores já fizeram a si mesmo e inclusive costumam realizá-la de tempos em tempos, a depender de como está esse mercado.

Dessa forma, não existe uma resposta correta, pois isso vai depender bastante do perfil do investidor, do risco que ele quer correr e de uma série de outros fatores que devem ser analisados. Portanto, essa porcentagem pode variar de 0% até 100% da carteira investida em fundos imobiliários.

Para entender melhor porque essa porcentagem pode variar isso tudo, leia este conteúdo até o fim!

Por que não ter fundos imobiliários na carteira?

Um dos motivos para não se ter fundos imobiliários na carteira de investimento, está, por exemplo, quando o investidor prefere aplicar nesse setor a partir de empresas de construção ou de incorporação imobiliária que já estão listadas na bolsa, como JHSF, Cyrela, Tenda, Trisul, MRV entre outras.

Além disso, para o perfil de investidor mais conservador, que prefere aplicar na renda fixa e possui receio da volatilidade em relação à renda variável, esta é uma classe de ativos mais volátil do que ele está acostumado e pode não fazer sentido para sua estratégia e para sua carteira.

Outro tipo de investidor que não costuma aplicar em fundos imobiliários são aqueles que preferem concentrar sua carteira no mercado de ações com uma outra parte no mercado de renda fixa, já que eles estão começando a construir seu patrimônio e não enxergam tanto valor em ter dividendos mensais versus a companhia que a pessoa investiu ao invés de distribuir dividendos utilizá-los para crescimento da empresa, sendo estes investidores mais focados em ações de crescimento.

Por que ter uma baixa proporção de fundos imobiliários na carteira?

Aqueles investidores que possuem uma baixa proporção de fundos imobiliários na carteira geralmente fazem isso porque enxergam valor em receber dividendos mensais, mas preferem outros ativos, como:

  • ações de crescimento;
  • ações de dividendos;
  • renda fixa;
  • ações americanas;
  • REITs;
  • bitcoin;
  • outras criptomoedas;
  • investimentos alternativos.

Portanto, é comum que os investidores que possuem uma baixa proporção de fundos imobiliários na carteira possuam uma carteira diversificada nos ativos citados acima, mas não necessariamente eles possuem todos eles.

Além disso, em alguns casos, essas pessoas preferem concentrar sua carteira em ações e ao invés de ter uma porcentagem elevada de fundos imobiliários na carteira, compor ela a partir de um misto de fundos imobiliários e REITs, que também costumam distribuir dividendos de maneira constante ao longo do tempo.

Existem diversos motivos para se ter uma porcentagem baixa de fundos imobiliários na carteira e isso varia muito de acordo com o perfil e com o objetivo de cada investidor.

Por que ter uma média proporção de fundos imobiliários na carteira?

Os investidores que possuem uma proporção média da carteira em fundos imobiliários, entre 20 e 50% aplicados nessa classe de ativos, costumam fazer isso porque enxergam bastante valor na distribuição de dividendos mensais e, por muitas vezes, já estão na fase do usufruto, onde usam esse dinheiro de maneira complementar a sua aposentadoria para custear seu padrão de vida.

No entanto, não necessariamente alguém que tem essa proporção de fundos imobiliários em carteira está nessa fase e ela pode querer isso para, conseguir criar o famoso “efeito bola de neve”, que consiste na reaplicação dos dividendos recebidos na compra mensal de mais fundos imobiliários e ações, isso vai fazer com que cada vez mais a pessoa receba uma renda passiva maior e que ela possa reinvestir mais dinheiro em seus ativos, aumentando a cada aporte o “tamanho da bola de neve”.

O efeito bola de neve pode ser muito importante em períodos em que o investidor não consegue aportar muito dinheiro, seja porque houveram gastos inesperados, porque a inflação acaba aumentando seu custo de vida ou por outros motivos.

Por que ter uma alta proporção de fundos imobiliários na carteira?

Existem investidores que possuem entre 50% e 100% da carteira alocada em fundos imobiliários e isso pode fazer sentido para a estratégia deles. Essas pessoas costumam estar também no período de usufruto, ou seja, usam desses dividendos para manter seu custo de vida ou podem ser pessoas que ao invés de comprar imóveis, decidiram por alocar seu dinheiro em fundos imobiliários na bolsa.

Principalmente para o segundo caso, que é uma pessoa que estava acostumada com o mercado imobiliário, mas não estava acostumada com esse mercado na bolsa de valores, é muito relevante que ela faça aporte menores no começo e estude quais ativos ela quer ter em carteira para aos poucos realizar essa migração e se acostumar com a volatilidade dessa classe de ativos.

Independente do motivo, caso você tenha uma grande proporção dessa ou de qualquer outra classe de ativos na sua carteira, é importante compreender que você está correndo bastante risco caso ocorra algum problema sistêmico com esse setor ou até mesmo caso a SELIC aumenta ainda mais, pois isso impacta diretamente nos fundos imobiliários.

Que porcentagem de fundos imobiliários ter em carteira?

Como visto ao longo desse conteúdo, existem diversos racionais e motivos para não se ter fundos imobiliários ou até mesmo ter uma grande porcentagem ou toda a carteira investida nessa classe de ativos. Dessa forma, não existe uma receita de bolo ou o certo ou errado e sim o momento de cada investidor e a análise de o quanto risco ele quer correr, além de diversos outros fatores.

Ao não ter fundos imobiliários, a pessoa vai deixar uma excelente classe de ativos fora da sua carteira e ao se ter uma fatia relevante ou 100% da carteira em fundos imobiliários, ela vai estar concentrando uma grande parte ou a totalidade de seu patrimônio em apenas uma classe de ativos, correndo bastante risco.

Portanto, é bem comum que a maioria dos investidores tem alguma parte da carteira em fundos imobiliários, encontrando um meio termo para não deixar de ter essa classe de ativos e não concentrar seu patrimônio somente nela.