Transformar a vida de mulheres pela educação, estimulando nelas a força do empreendedorismo feminino: já pensou em aprender sobre plano de negócios, criar o seu próprio MEI e entrar no mercado de trabalho garantindo a sua renda e independência financeira? De acordo do levantamento da última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as mulheres são a maioria dos desempregados do país e menos da metade das que estão em idade de trabalhar está ocupada. 

O projeto de extensão EELA’s (Empreendedoras, Empoderadas, Livres e Audaciosas), desenvolvido no Centro Universitário Estácio São Luís, é um exemplo de avanço no objetivo de atender mulheres em situação de vulnerabilidade, especialmente desempregadas e estudantes, estimulando a saída do mercado informal com acesso à educação e  capacitação profissional por meio de cursos gratuitos e diversas ações. Criada em 2021, a iniciativa é formada por eixos como Gestão, Direito e Psicologia que, em conjunto, promovem desenvolvimento e melhoria nas condições de vida das maranhenses que moram nas comunidades atendidas. 

Para a enfermeira Íris Solino, 31, participar do projeto foi uma oportunidade de conhecer histórias e compartilhar a sua própria vivência. “Conheci a iniciativa através de uma roda de conversa sobre violência contra a mulher, em que pude ouvir e expor minha história. Fui vítima de relacionamento abusivo por oito anos e participar desses encontros do EELA’s era a forma que eu encontrava de desabafar e me expressar. Tive benefícios maravilhosos, como acreditar mais em mim mesma e me sentir capaz”, conta. 

Segundo o coordenador do eixo de Gestão, professor Gabriel Nava, a inclusão socioeconômica é feita por meio de sensibilização e consciência social. “Já foram realizadas várias atividades, ao longo desse período, direcionadas a essas mulheres a fim de oferecer ferramentas para ajudá-las a empreender. O projeto disponibiliza ações educativas interdisciplinares, interligando o ensino e a pesquisa universitária para alcançá-las, resgatando a autoestima e a confiança em si mesmas para mudar suas realidades”, explica. 

São mulheres com habilidades no artesanato ou na venda de alimentos, por exemplo, que ganham a oportunidade de profissionalizar seus negócios por meio de treinamentos e capacitações. “Uma das ações que o projeto gerencia é a feira EELA’s na Estácio. Foi criada no 1º semestre do ano passado e acontece quinzenalmente. As feirantes são mulheres que realizaram cursos oferecidos pelo eixo Gestão e por associações de mulheres que têm parceria conosco”, afirma Nava. 

Além de um desenvolvimento profissional, é essencial que as mulheres conheçam cada vez mais os seus direitos. A coordenadora do eixo de Direito do projeto, professora Laryssa Queiroz, destaca a atuação e enfrentamento à violência contra a mulher. “Existem duas frentes na área jurídica do EELA’s: conscientização acerca de direitos, deveres e combate a violência doméstica, por meio de materiais educativos e cursos gratuitos com certificação. Também fornecemos atendimento jurídico gratuito para mulheres em situação de vulnerabilidade. Contamos com uma equipe de advogados, fazemos encaminhamentos para órgãos competentes e realizamos mediações. Estamos conseguindo alcançá-las e o balanço tem sido positivo”, celebra. 

EDITAL ABERTO DO EELA’S PARA PESQUISAS

O projeto disponibilizou um edital para receber artigos científicos que tenham temáticas relacionadas ao direito das mulheres, violência doméstica e obstétrica, saúde da mulher, questões de gênero, estado gestacional e puerperal para compor o livro, em formato E-book, “MULHERES: lutas, conquistas e perspectivas” com ISBN e ficha catalográfica. A publicação está prevista para outubro deste ano e as submissões são gratuitas!

A obra será organizada pela professora Laryssa Queiroz. “É uma oportunidade de contribuir para a causa das mulheres por meio de trabalhos científicos. A partir desses materiais enviados, selecionaremos conteúdos para serem divulgados no Instagram, aumentando ainda mais a rede de informações”, finaliza.