Giro de Noticias

Pets estressados: sinais e soluções

“Eu não sei mais o que fazer. Meu cãozinho está roendo meus calçados, sobe na cama e faz xixi no travesseiro, no pé do sofá e come o tapete do chão”. A situação parece com alguma já vivida na sua casa? Esses são relatos de tutores que já sofreram com essas atitudes de seus pets. Mas pra tudo tem uma explicação. 

Assim como os seres humanos, os animais também sofrem de estresse. As causas é que são diferentes. “Os humanos se estressam por conta do trabalho, do trânsito congestionado, das contas batendo na porta e não ter o dinheiro para pagar as contas. Já os  pets se estressam, na maioria das vezes, por ficarem sozinhos e presos dentro de uma residência durante um dia inteiro” explica a veterinária do Petmania, Rayule Cristina.

Katia Souza, nutricionista, há dois anos cuida de “Tequila”, cadelinha da raça Poodle, como se fosse sua filha. No começo, segundo Katia, a pet era o terror dentro de casa. “Tequilinha teve uma fase rebelde, roeu um pouco os móveis do quarto e comeu todas as havaianas da casa. Desisti de deixar tapete sanitário, pois ela comia também”.

Para tudo existe explicação e solução. Segundo Rayule Cristina, “dois é melhor do que um”. Ela explica:  “Costumo falar que por mais que a gente dê amor, carinho e brinque, a gente não vai ficar latindo com ele, ficar correndo atrás dele para brincar. Isso é uma necessidade da própria espécie, ele tem uma forma natural de se comunicar. Então, animais que vivem e convivem diariamente com outros são animais muito mais tranquilos, menos medrosos, mais sociáveis e muito mais adaptados ao ambiente”, orienta.

Mas não acaba por aí. Rayule complementa. “É um animal que adoece menos, é muito mais fácil de ser adestrado. A convivência com outro diminui muito os riscos de transtornos comportamentais. Dois sempre vai ser melhor do que um, tanto para cães como para gatos”.

Solução

Outros fatores podem contribuir para amenizar essa solidão. “É importante adaptar o ambiente para as necessidades naturais do cão. Esconder petiscos pela casa para ele ficar fuçando, deixar uma tv ligada, um som ligado. Os cães e gatos não devem ficar em um ambiente muito silencioso porque diante do barulho, eles vão reagir como algo estranho”, alerta. 

Os tutores também podem fazer brincadeiras de enriquecimento ambiental. Hoje o mercado oferece uma infinidade de coisas, desde brinquedos recheáveis até brinquedos naturais desidratados, que são coisas que se aproximam muito da alimentação natural da espécie. 

Outra atitude que pode ajudar a amenizar a solidão é o passeio diário ou intercalado, orienta Rayule. “Quando o animal passeia, ele tem a noção de um todo. Do lado de fora da casa ele vai sentir outros sons e cheiros. O tutor também pode jogar bolinhas e fazer outras brincadeiras”. 

A tutora de “Tequila” sabe muito bem o que fazer para ver a alegria da fiel companheira de quatro patas. “Quando chego em casa após um longo dia de trabalho, sento para brincar com ela, e vez ou outra, a levo para passear na pracinha do bairro. Ela é bastante assustada, estranha a maioria das pessoas e por conta disso, tento ao máximo proporcionar esses momentos de lazer para ela poder desestressar”, finaliza.