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Montagem carioca inédita, “Chove no Caminho”, que será apresentada no Vagão Social do Trem de Passageiros da Estrada de Ferro Carajás

Uma década após o último trabalho juntos, os ex-integrantes da ciateatroautônomo, do Rio de Janeiro, se reencontram em cena para apresentar “Chove no Caminho”, montagem inédita que será apresentada, pela primeira vez, em uma turnê pelo Maranhão e Pará com o patrocínio do Instituto Cultural Vale por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. Entre os dias 18 de novembro e 05 de dezembro, os atores Adriano Garib, Julia Lund, Miwa Yanagizawa e Otto Jr. vão encenar a peça dentro de um vagão de trem em movimento, percorrendo alguns trechos da Estrada de Ferro Carajás, entre São Luís e Marabá. Além das apresentações, o grupo também vai promover gratuitamente a Oficina de Criação Compartilhada em nove cidades do estado.

“Chove no Caminho” fala de encontros. Através de uma série de performances, os atores revisitam suas trajetórias humanas, que se cruzaram artisticamente, há 21 anos. Um evento cênico em que o espectador é também atuante, um “co-fabulador” a compartilhar histórias, impressões e memórias com os atores. Por estarem dentro de um trem, a interação com a plateia e a improvisação estarão presentes a todo momento. “Repensar a relação com a plateia de acordo com o nosso espaço de cena sempre fez parte do nosso processo de criação, que busca fugir da perspectiva do palco italiano. Por isso, a peça tem muitos pontos de comunicação e interação com o espectador, assim como a improvisação”, explica Miwa.

A montagem começa com uma cena inédita inspirada no conto “Tudo num ponto”, de Ítalo de Calvino, que aborda de forma poética a origem do universo, fazendo uma alusão ao Big Bang. Fala de quando tudo era apenas um ponto denso, apertado, até que explodiu e criou o espaço e o tempo. Mas, quem estava nesse ponto, todas juntas e grudadas, éramos nós, as pessoas, e por isso, agora, a gente tem o desejo de se encontrar. A partir desta ideia, o grupo assume o papel de contadores de histórias, narrando uma fábula de como se deu o encontro entre eles até chegarem ali. Porém, trata-se de uma fábula que nunca termina porque a história dura apenas o tempo de encher um balão, que acaba sempre estourando antes do fim.

Em seguida, Adriano Garib e Miwa Yanagizawa recriam uma cena retirada do espetáculo “Nu de mim mesmo” (2010), que narra o encontro, por acaso, de duas pessoas após uma sessão de cinema, desencadeando uma conversa divertida, feliz e descontraída sobre o que viram e sobre a vida. “No texto original, o encontro se dá no hall do cinema. Nesse caso, transportamos para o trem e trouxemos para a cena referências locais, como o nome da estação que iremos saltar”, explica Miwa.

A segunda cena vem do espetáculo “Uma coisa que não tem nome que se perdeu”, de 2002.  Interpretada por Julia Lund e Otto Jr. , conta a história de uma menina que está à espera da morte. Na montagem, o cenário também é um vagão de trem, porém, está vazio, o que nesta versão torna a dinâmica com a plateia diferente. “Ao contrário das primeiras cenas em que a interação acontece em muitos momentos, nessa, o público passa a ocupar o papel de espectador. Eles têm que fingir que não estão ali”, conta Garib. O espetáculo termina retornando à fábula inicial que, agora, tenta chegar ao fim com a ajuda dos passageiros que se despedem após 30min de viagem.

Interpretar em movimento dentro de um trem é algo novo para os atores e determinou toda a forma como a montagem foi pensada. Desde a escolha pela ausência de cenário e trilha sonora, até a forma de encenar, assumindo que estão fora de um palco tradicional, faz com que “Chove no Caminho” seja uma obra viva e sujeita aos acasos e imprevistos que cada viagem pode trazer. A grande pergunta é ““o que faço eu aqui, agora?”.

OFICINA – Além das apresentações no trem, o grupo vai promover a Oficina de Criação Compartilhada, oferecida gratuitamente para professores e alunos de escolas públicas a partir de 14 anos e moradores das comunidades em geral. Com 3h de duração, a oficina tem como proposta oferecer um espaço de encontro e de escuta, convidando a todos a criar juntos uma cidade imaginária. Para isso, os participantes devem levar de casa um objeto que tenha um valor sentimental e a partir das narrativas e histórias de cada um, a cidade vai sendo construída de forma colaborativa.

Sobre o Instituto Cultural Vale: O Instituto Cultural Vale parte do princípio de que viver a cultura possibilita às pessoas ampliarem sua visão de mundo e criarem novas perspectivas de futuro. Tem um importante papel na transformação social e busca democratizar o acesso, fomentar a arte, a cultura, o conhecimento e a difusão de diversas expressões artísticas do nosso país, ao mesmo tempo em que contribui para o fortalecimento da economia criativa. Em 2021, são mais de 200 projetos criados, apoiados ou patrocinados em 24 estados e no Distrito Federal. Dentre eles, uma rede de espaços culturais próprios, patrocinados pela Vale via Lei Federal de Incentivo à Cultura, com visitação gratuita, identidade e vocação únicas: Memorial Minas Gerais Vale (MG), Museu Vale (ES), Centro Cultural Vale Maranhão (MA) e Casa da Cultura de Canaã dos Carajás (PA). Visite o site do Instituto Cultural Vale para saber mais sobre sua atuação: institutoculturalvale.org

Sobre os atores:

Miwa Yanagizawa – Vencedora do Prêmio APTR 2021, Prêmio APTR 2019 e Shell de Melhor Direção por “Em Nome da Mãe’ e “Nastácia”, respectivamente – Miwa Yanagizawa – também é atriz e professora de teatro. Miwa é fundadora do Areas Coletivo e integrou a Cia Teatro Autônomo, por 17 anos, onde atuou em inúmeros espetáculos – destaque para os icônicos “Nu de mim mesmo” e “Deve haver algum sentido em mim que basta”. Trabalhou como diretora-pedagoga no Grupo Nós do Morro, por 10 anos. Desenvolve diálogos artísticos com grupos periféricos do Rio de Janeiro como com o Grupo Código, de Japeri e, atualmente, com a Cia Contrabando, do Complexo do Alemão.

Otto Jr – Atuou espetáculos com direção de Paulo de Moraes, Irmãos Guimarães, Miwa Yanagizawa, Luiz Felipe Reis, Malu Galli, Bruce Gomlevsky, Ivan Sugahara, José Possi Neto, Michel Bercovitch, Eduardo Wotzik, Victor Garcia Peralta. Passou a integrar a Cia Teatro Autônomo com direção de Jefferson Miranda no começo dos anos 2000. Prêmio Shell de melhor ator por “Tebas Land” , APTR por “Amor em dois atos” e indicado a melhor ator coadjuvante no Festival do Rio de 2011 por “O abismo prateado” , de Karim Aïnouz.

Adriano Garib – Foi um dos atores e cofundadores da Armazém Cia. De Teatro, do diretor Paulo de Moraes, por onde atuou até o fim dos anos 1980. Atuou profissionalmente em muitas montagens de diretores importantes como Paulo José, Ulysses Cruz e também de Paulo de Moraes, com ênfase em textos de Shakespeare, Beckett, Bernard Marie Koltés, entre outros. No começo dos anos 2000 integra a Cia. Teatro Autônomo, de Jefferson Miranda, com quem trabalha em espetáculos consagrados como “Deve haver algum sentido em mim que basta (2004), “Uma coisa que não tem nome” (2004), “E agora nada é mais uma coisa só” (2005) e “Nu de mim

mesmo” (2008).

Julia Lund – Com dupla formação em artes dramáticas (UniverCidade e Cal) começou a trabalhar no teatro em 2004 com a Cia. Teatro Autônomo, dirigida por Jefferson Miranda, tendo atuado em “E agora nada é mais uma coisa só́” (2005); “Nu de mim mesmo” (2008); e “Série 21”. Julia Lund é cofundadora da Polifônica Cia., através da qual idealizou e atuou nas peças “Estamos indo embora…” (2015), “Amor em dois atos” (2016), pela qual foi indicada ao Prêmio APTR 2017 de melhor atriz protagonista, “Galáxias” (2018) e “Tudo que brilha no escuro” (2020), indicado ao prêmio APTR de melhor espetáculo. Em 2023, protagoniza e coassina o solo “VISTA” que recebeu duas indicações ao prêmio Deus Ateu de Teatro e Artes 2023: melhor intérprete (Julia Lund) e melhor espetáculo, tendo vencido esse último.

ROTEIRO DE APRESENTAÇÕES “CHOVE NO CAMINHO” – Vagão Social do Trem de Passageiros da Estrada de Ferro Carajás

18/11 – 3 apresentações entre São Luís/MA e Marabá/PA

Horários: 12h05; 16h00, 18h40

19/11 – 4 apresentações entre Marabá/PA e São Luís/MA

Horários: 09h05; 13h30; 18h20; 20h30

20/11 – 4 apresentações entre São Luís/MA e Marabá/PA

Horários: 09h00; 12h05; 16h00; 18h40

04/12 – 3 apresentações entre São Luís/MA e Açailândia/MA

Horários: 09h00; 12h05; 16h10

05/12 – 3 apresentações entre Açailândia/MA e Vitória do Mearim/MA

Horários: 13h20; 14h35; 18h10

ROTEIRO DA OFICINA DE CRIAÇÃO COMPARTILHADA

22/11 – Tucumã/PA – Escola Municipal Santo Antonio (Palmeira 1)

Horário: de 19 às 22h

23/11 – Ourilândia do Norte/PA – Escola Madre Teresa de Jesus (Bairro Novo Horizonte)

Horário: de 09 às 12h

27/11 – São Pedro da Água Branca/MA – EMEF. Henrique de La Roque I

Horário: de 09 às 12h

28/11 – Cidelândia/MA – local a confirmar

Horário: de 09 às 12h

29/11 – Bom Jesus das Selvas/MA – local a confirmar

Horário: de 09 às 12h

30/11 – Alto Alegre do Pindaré/MA – local a confirmar

Horário: de 09 às 12h

01/12 – Santa Inês/MA – IEMA Pleno Santa Inês (Centro de Santa Inês)

Horário: de 09 às 12h

06/12 – Vitória do Mearim/MA – Escola Raimundo Bogea (Comunidade de Coque)

Horário: de 09 às 12h

07/12 – São Luís/MA – Grupo Grita (Anjo da Guarda)

Horário: de 09 às 12h

FICHA TÉCNICA

Direção, concepção, roteiro e atuação

Adriano Garib, Julia Lund, Miwa Yanagizawa e Otto Jr.

Oficineiros

Adriano Garib, Julia Lund, Miwa Yanagizawa e Otto Jr.

Assessoria de imprensa

Fernanda Lacombe

Mídias sociais

Graciliano Neves

Programação visual

Paulo Süssekind

Coordenação administrativo-financeira

Alex Nunes

Produção local

Sandra Barata

Apoio de produção local

Alcione Rodrigues

Produção executiva

João Eizô Y Saboya

Coordenação de Produção

Ártemis (Ártemis Produções Artísticas)

Direção de produção

Sérgio Saboya e Silvio Batistela

Produção e coordenação geral

Associação Cena Brasil Internacional