Maternidade de Alta Complexidade reforça campanha de doação de leite materno durante pandemia
Durante a pandemia de Covid-19, o número de doações de leite materno apresentou queda significativa. Considerando o cenário, a Maternidade de Alta Complexidade do Maranhão (Macma), em São Luís, tem reforçado as ações de sensibilização e incentivo a mulheres que amamentam para que se tornem doadoras. O Banco de Leite, que funciona na unidade de saúde, atende recém-nascidos prematuros internados na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTI Neo) e é responsável pela coleta e tratamento técnico do leite até que possa ser utilizado para alimentar outros bebês. Um frasco de leite doado pode alimentar até 10 recém-nascidos.
A coordenadora do Banco de Leite Materno da Macma, Irenildes Rodrigues, explicou que as doadoras podem ficar tranquilas quanto aos protocolos de segurança para evitar qualquer tipo de contaminação. “As mulheres que estão amamentando e têm leite em excesso podem ficar tranquilas, que todos os cuidados com a higienização estão sendo tomados. A doadora precisa, no momento da retirada do leite, sempre usar máscaras, desprezar os primeiros jatos e utilizar frasco estéril doado pelos bancos de leite ou, se não tiver o frasco, fazer a esterilização em casa com água fervendo e deixando escorrer a água naturalmente”, explicou a enfermeira.
Para ser doadora externa de leite humano é realizado um pré-cadastro no qual são disponibilizadas informações, entre elas, se a mãe sabe fazer a ordenha do leite, qual foi o dia do parto, se realizou o pré-natal, além de outras informações. Após essa etapa, a equipe externa vai ao domicílio e realiza o recolhimento do frasco com o leite humano. Para otimizar o serviço, a equipe externa segue rota programada atendendo todos os pontos da cidade. Há casos de doadoras que permanecem de seis meses a um ano realizando a doação.
Jordeane Câmara Mendonça, 25 anos, mãe da pequena Ayla, falou da importância em realizar doação de leite materno. “Só quem teve um bebê sabe da importância do leite materno para a manutenção da vida. Com o leite, os bebês poderão ficar mais fortes e deixar a UTI mais rápido”, disse.
Além das mulheres que amamentam, outro personagem também tem papel importante no cenário de doação de leite materno: o pai. Miguel Júnior, 42 anos, é um exemplo. Ele incentiva a esposa Lidia Neide Leal Rodrigues a doar o leite materno. “A questão é conscientização. A partir do momento em que nasceu nossa bebê e vimos que estava havendo desperdício muito grande de leite, percebemos que alguém poderia estar precisando desse leite. Veio a ideia de procurar a maternidade, levar o recipiente e servir outros bebês que precisam”, comentou o pai da pequena Marília Cecília, de 3 meses.
Cuidados
O leite passa por tratamento técnico, onde é verificada a qualidade. Antes de ser pasteurizado, a bioquímica verifica, entre os vários aspectos, se há presença de sujidades e se está dentro dos trâmites para, só então, ser iniciado o processo de pasteurização. Caso a acidez do leite exceda 8, ele indica que a carga bacteriana é muito grande. “Quando isso ocorre está indicando que ele não foi coletado dentro dos parâmetros de qualidade e nem conservado na mesma qualidade. Se não preservar a qualidade no domicílio, ele não serve para pasteurização. Por isso, orientamos as mães para manter o leite sempre dentro do congelador”, explicou Irenildes.
Após essa verificação, o leite passa por mais um processo, desta vez, térmico. Ele permanece durante 30 minutos em estufa, à temperatura de 62,5º C. Logo após, ele é retirado e amostras são submetidas a exames microbiológicos. O material permanece em repouso por 48 horas e finalizada essa fase é realizado último teste laboratorial para comprovar que ele está liberado para consumo humano, sem oferecer riscos ao bebê que receber.
A mulher que está amamentando e deseja ser doadora de leite materno pode entrar em contato com o Banco de Leite da Maternidade de Alta Complexidade pelos números (98) 99213-6886, (98) 98844-8591 ou 99613-7869.