Inteligência Artificial auxilia na segurança da viagem de passageiros pela Estrada de Ferro Carajás
Quem utiliza o Trem de Passageiros da Estrada de Ferro Carajás para se deslocar entre os estados do Maranhão e Pará não imagina quanto trabalho e tecnologia há por trás de cada partida e chegada. Ano a ano a empresa vem aperfeiçoando a forma de fazer manutenção da ferrovia e de suas máquinas para melhorar a eficiência e a segurança empregada no transporte de pessoas e cargas. Uma das mais recentes é o uso de Inteligência Artificial.
De forma geral, a Inteligência Artificial pode ser entendida como a habilidade de máquinas de simular o processo de tomada de decisão dos humanos e de executar tarefas complexas como nós fazemos. Ela está presente em sistemas muito diferentes, como os utilizados para recomendar sites de compras ou nos carros autônomos. Nos projetos realizados pela Vale, milhões de dados são coletados e analisados com a ajuda de sistemas de Inteligência Artificial e partir disso, são gerados insights que ajudam a prever problemas e influenciam a tomada de decisões.
É no Centro de Inteligência Artificial (AI Center) da Vale que são desenvolvidas e monitoradas as iniciativas dessa ciência em todas as unidades da empresa no mundo. No AI Center atuam profissionais como cientistas, engenheiros de dados e especialistas de negócios.
Na Estrada de Ferro Carajás, o uso da Inteligência Artificial está voltado à prevenção de falhas em trilhos e à manutenção de rodeiros dos vagões. Saiba mais:
Prevenção de fratura nos trilhos – Um dos projetos de maior impacto do AI Center da Vale está sendo desenvolvido na EFC e tem foco de prevenção de fraturas nos trilhos. A partir dos dados gerados pelas ferrovias, encontrou-se uma solução que identifica se há uma ou mais fraturas em um determinado trecho da via. Além do aumento da segurança operacional, há o benefício do tempo em que a ferrovia deixa de ser paralisada em virtude da fratura de trilhos.
Manutenção de rodeiros de trem – Um conjunto de sensores instalados ao lado da ferrovia – os waysides – monitoram desgastes e impacto dos rodeiros (conjunto de rodas e eixo dos trens), temperatura e ruído de rolamentos e deslocamentos de truque (uma peça importante do vagão). Cruzando os dados gerados por esses sensores com informações de outros sistemas, foram criados modelos matemáticos que permitem à equipe de manutenção uma visão do comportamento dos rodeiros para os 30 dias seguintes.
Com base nessas informações, a equipe consegue planejar a compra e manutenção dos ativos de forma a estender sua vida útil. Em um ano, o programa gerou economia potencial de R$ 2,3 milhões – cerca de dez vezes o valor investido na sua execução.
Atualmente, as equipes da Vale trabalham em diferentes linhas de projetos, executados em conjunto com as áreas de negócio como: ferrosos, metais básicos, carvão e áreas corporativas.
EFC: sete vezes mais capacidade com investimentos e uso de tecnologias de ponta
Inaugurada na década de 80 com uma capacidade de transporte de 30 milhões de toneladas por ano (Mtpa), a Estrada de Ferro Carajás alcançou em 2018 um patamar cerca de sete vezes maior que o original: 230 mtpa, mantendo-se entre as mais eficientes e seguras ferrovias do Brasil e do mundo. Isso só foi possível com investimentos contínuos em melhoria operacional e tecnologia.
Desde 2018, a EFC utiliza Inteligência Artificial para gerenciar a manutenção da sua frota. Com a ajuda dos sensores, os dados coletados são processados em uma central de dados em São Luís – chamada de Centro de Monitoramento Preditivo – e utilizados na construção de planos de manutenção assertivos. Hoje, a frota de máquinas inclui mais de 200 locomotivas e 20 mil vagões.
Após o trabalho dos sensores, entram em cena as oficinas de manutenção, que irão viabilizar os planos preventivos e corretivos elaborados. A Vale instalou em São Luís o mais moderno centro de manutenção ferroviária da empresa, referência em toda América Latina.
Hoje, com a informação detalhada do plano de manutenção, as equipes sabem exatamente que rodeiro precisa ser retirado, evitando a inspeção manual de todo o lote, que pode ter até 110 vagões. Antes da implantação deste moderno parque industrial em 2016, a inspeção dos vagões era feita visualmente, um por um, e assim um vagão avariado poderia aguardar até 14 dias para manutenção, impactando a capacidade de transporte da ferrovia. As filas chegavam a acumular 800 vagões. Com o uso de modernos robôs, atualmente a substituição de um rodeiro acontece em até 15 minutos.
A Estrada de Ferro Carajás
A Estrada de Ferro Carajás desempenha um papel importante nas economias do Maranhão, do Pará e do Brasil. Hoje detém o melhor índice de segurança entre as ferrovias brasileiras, segundo a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). É pela ferrovia Carajás que todo o volume de minério produzido pela Vale no Pará chega até o Terminal Marítimo de Ponta da Madeira, em São Luís. Em 2019, foram transportados pela EFC quase 197 milhões de toneladas.
Quanto ao transporte de passageiros, por ano, são quase 300 mil pessoas utilizando o serviço. É uma das poucas ferrovias no Brasil a oferecer esse tipo de transporte de longa distância. Além de pessoas e de minério de ferro, a EFC também transporta grãos e combustível, contribuindo diretamente para viabilizar outras cadeias produtivas e impulsionar a economia brasileira.