Governo lança programação do Dezembro Vermelho e alerta para os cuidados com a transmissão vertical do HIV

O Governo do Maranhão realizou nesta terça-feira (1º) o lançamento oficial da programação do Dezembro Vermelho, mês alusivo à conscientização acerca das medidas de prevenção, assistência e proteção e promoção dos direitos das pessoas vivendo com HIV/Aids. Este ano, a campanha tem como tema “Maranhão na luta pela redução da transmissão vertical do HIV”, que destaca a passagem da infecção da mãe para o bebê. A abertura da campanha aconteceu na Casa Fanti-Ashanti, terreiro de candomblé localizado no bairro do Anil. 

De acordo com a secretária adjunta da Política de Atenção Primária e Vigilância em Saúde da Secretaria de Estado da Saúde (SES), Waldeise Pereira, a ação foi realizada no terreiro para reforçar a parceria com a sociedade.  

“No atual cenário, o Governo do Estado não trabalha mais de forma horizontal, ele trabalha de forma transversal, e a transversalidade é isso, trabalhar com parceiros, sair da instituição e procurar os movimentos. Os terreiros cuidam da saúde de forma plural e nos últimos tempos viemos trabalhando as nossas campanhas para dentro dos terreiros, pois aqui é voz, aqui é vez, aqui é busca ativa”, destaca a secretária Waldeise Pereira.  

Além do início da campanha, a atividade marcou o Dia Mundial de Combate à AIDS. Em 2019, foram notificados 1.976 casos de HIV/AIDS no Maranhão; já em 2020, até o momento, foram 1.204 casos notificados. Segundo a chefe de Departamento de Atenção às DST/AIDS e Hepatites Virais da SES, Jocélia Frazão, por conta da pandemia, muitas ações serão realizadas de forma virtual, entre elas, o Encontro Estadual de Coordenadores das Políticas de IST e um encontro com os serviços que realizam partos. 

“Pois quando falamos de transmissão vertical, temos que fortalecer esses serviços que ofertam e realizam partos. Quando a mãe já está infectada, trabalhamos para que ela não chegue a desenvolver a doença, mais temos que proteger o bebê. Além disso, temos ações apoiando os municípios, através de parcerias”, afirma Josélia Frazão. 

A yalorixá da Casa Fanti-Ashanti, Mãe Kabeca, ressalta a importância da parceria entre a Secretaria de Saúde e os povos de terreiros. “É muito bom que aconteça esse tipo de parceria e ações entre terreiros, Estado e movimentos sociais, para nos orientar, pois também trabalhamos com a saúde, cuidando de pessoas, através de tratamentos naturais e orações e muitas pessoas vêm em busca desses serviços em nossa comunidade”, conta a mãe de santo.  

Representando os movimentos sociais, a Pastoral da AIDS também se fez presente. “Nós da Igreja não distribuímos camisinhas, mas falamos do trabalho da saúde tanto municipal quanto estadual no sentido das políticas públicas de prevenção e tratamento contra a Aids. Temos uma parceria com a Secretaria de Saúde através da participação nas ações de conscientização. Esse é um trabalho de união e solidariedade e, quanto mais pessoas participarem, melhor será”, pontua Zilda Maria Pinheiro, coordenadora diocesana da Pastoral da Aids em São Luís. 

Participaram ainda do lançamento da campanha representantes da Secretaria de Estado Extraordinária da Igualdade Racial (SEIR), da Secretaria de Estado dos Direitos Humanos e Participação Popular (Sedihpop), do Fórum Estadual LGBTI+ do Maranhão e da Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras e Saúde (Renafro). 

Transmissão Vertical

A transmissão vertical é a passagem de uma infecção ou doença da mãe para o bebê. O diagnóstico precoce (com o uso de testes rápidos) e a atenção adequada no pré-natal reduzem a transmissão vertical. A presença de IST na gestação pode afetar a criança e causar complicações, como aborto, parto prematuro, doenças congênitas ou morte do recém-nascido. 

Avanços

Nos últimos anos foram contabilizados muitos avanços no combate às ISTs/AIDS como, por exemplo, a descentralização dos testes rápido para 19 regiões de saúde em consonância para os 217 municípios, sendo ofertado pelo Governo do Estado, bem como oferta do tratamento com antirretrovirais nos serviços de referência – foram distribuídos quase 7 milhões em 2019 e pouco mais de 3 milhões neste ano. 

Além disso, a Secretaria de Saúde realiza campanhas educativas e distribuição de preservativos, além da reestruturação da rede de Atenção à Saúde das Pessoas Vivendo com HIV (PVHIV) ou pessoas com susceptibilidade de infecção ao HIV e outras ISTs.