Especialista traz estratégias para a retomada dos pequenos negócios

A jovem empreendedora Érika Silva, de 28 anos, está investindo mais na rede social e apostando em parcerias para melhorar as vendas na sua loja virtual. Ela está atenta às mudanças de mercado e seu objetivo diário é construir o bom relacionamento com o cliente. Mas Érika sabe que o cenário de pandemia trouxe transformações para o país e a economia sofreu muitos impactos. Para não ficar na corda bamba, é preciso se reinventar, buscar novas estratégias.

“Há quatro anos tenho minha loja virtual. Hoje, estou investindo mais nas redes sociais e para isso, fechamos parcerias com outros perfis, realizamos sorteios. Além de garantir aquele desconto para  conquistar o cliente e deixá-lo satisfeito”, comenta.

De acordo com uma pesquisa do IBGE, durante a pandemia de Covid-19 – até agora – o país perdeu 716 mil empresas. O número representa mais da metade de 1,3 milhão de firmas que estavam com atividades paralisadas temporária ou definitivamente na primeira quinzena de junho, devido às medidas de distanciamento social. Entre as firmas que não voltarão a abrir as portas, 99,8% eram de pequeno porte.

Para quem conseguiu se manter no mercado e está retomando os negócios, o mestre em Tecnologia da Informação e Comunicação e gerente de Marketing do Ceape-MA, Fernando Coelho, indica que é necessário se organizar e se aproximar dos clientes. Pensar em como entregar um bom atendimento, pós-vendas e ações de fidelização com o consumidor.

“A nossa orientação é que os empreendedores revejam estoque, enxuguem seus portfólios e trabalhem com o que é essencial. Além disso, focar em relacionamento e experiência do cliente é indispensável. Os negócios hoje não competem por preço ou produto, mas, sim, por experiência”, assegura.

Ele destaca que o melhor marketing hoje, é o atendimento. “Um cliente bem atendido voltará, indicará e se fidelizará”, acrescenta. Para quem tem um pequeno negócio, a  outra recomendação é investir no ambiente digital nas plataformas do Instagram, Facebook, Youtube, Twitter, Tik Tok (sensação do momento).

Se a dificuldade é saber qual o conteúdo a ser trabalhado na rede social, Coelho, explica sobre o engajamento nesses espaços. “O cliente se engaja com tudo aquilo que tem significado para ele ou atende uma necessidade e dor dele. O empreendedor precisa pensar: qual a dor do meu cliente e como o meu produto ou serviço pode ajudá-lo? Ai você terá a resposta do que trabalhar nas mídias sociais”, complementa.

Outro ponto de atenção, segundo o especialista, é estar atento na capacitação profissional. Fernando Coelho menciona alguns cursos que são gratuitos por meio de parcerias com diversas instituições que oferecem até materiais educativos. “Entre elas estão o Ceape e o Sebrae, além disso, existe muito material gratuito bom no Youtube e Linkedin, por exemplo. Só não aprende quem não se dispõem a aprender”, reforça.

Para quem busca investir em conhecimento, há a Escola de Empreendedores do Centro de Apoio aos Pequenos Empreendimentos (Ceape). O programa nasceu na pandemia, como uma alternativa de educação empreendedora e de apoio aos negócios.  “Além da escola, nas nossas redes sociais ensinamos todos os dias sobre tecnologia, gestão, mercado, inovação, finanças. O pequeno empreendedor precisa investir em canais de vendas, atendimento, mídias digitais e tudo que puder facilitar o seu processo e negócio”, ressalta.