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Dia da Infância: prejuízos do uso excessivo de telas nessa fase da vida

O uso excessivo de telas na infância tem se tornado uma preocupação crescente entre pais, educadores e profissionais de saúde. De acordo com levantamento realizado pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil, o percentual de crianças e adolescentes conectados à rede chegou, já no ano de 2019, a quase 90%. Embora o ambiente virtual ofereça oportunidades valiosas de aprendizado e conexão, também traz riscos significativos que precisam ser abordados de forma cuidadosa pelos pais e responsáveis desde o início da vida dos pequenos. 

Segundo a psicóloga da Hapvida NotreDame Intermédica, Ivana Teles, o uso precoce das telas impacta negativamente no desenvolvimento das crianças. “Não é possível desenvolver a verbalização como se deveria, então é percebido um atraso na fala, por exemplo. Outro aspecto é a socialização, porque a criança terá pouco estímulo de contato com outros pequenos”, explica. 

Ou seja, a internet pode substituir e, assim, prejudicar as interações presenciais, que são essenciais para o desenvolvimento de habilidades sociais, empatia e compreensão interpessoal. Isso pode levar a dificuldades nas relações sociais no mundo real.

No entanto, o uso de aparelhos eletrônicos está cada vez mais frequente e indispensável no dia a dia. Então, como lidar com essa realidade durante a infância? Para a psicóloga, uma forma de diminuir as telas é apostar mais na interação face a face. “Comece a brincar com seu pequeno e identifique os brinquedos que ele gosta para inserir nesses momentos. Outra forma é a construção de rotina, estabelecendo horários para todas as ações do dia, ou seja, a hora da escola, dos estudos, de brincar, estar com a família… O tempo de qualidade com os pais é essencial e não deve envolver telas”, afirma. 

Mas a criança pode ter horário para navegar na internet? A resposta é sim, desde que de forma reduzida. A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda um tempo máximo de utilização para cada faixa etária. Os menores de 2 anos de idade, por exemplo, não devem ter nenhum acesso. Entre 2 e 5 anos, a permanência máxima é de uma hora por dia. E entre 6 e 10 anos, o tempo pode ser de até duas horas.

Esportes e outras atividades físicas também são indicações positivas para substituir ou até estimular que as crianças realmente esqueçam o uso das telas. “Vamos aproveitar alguns hábitos das gerações passadas para evitar a dependência virtual nos pequenos, que gera até mesmo problemas emocionais. É muito comum que elas fiquem mais ansiosas, com dificuldade para esperar e facilmente irritadas”, finaliza a profissional.