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Comitê de Diversidade realiza itinerância com escuta ativa e roda de diálogo em Caxias e Timon

O Tribunal de Justiça do Maranhão (TJMA) apresentou, por meio do Comitê de Diversidade, em Caxias, a Política Judiciária de Diversidade e sua atuação com temáticas antidiscriminatórias que abrangem o combate ao racismo, sexismo, gordofobia, lgbtfobia, etarismo e capacitismo.

Na ocasião, o coordenador do Comitê de Diversidade do TJMA, juiz Marco Adriano Ramos Fonsêca, e a bibliotecária do TJMA e membra do Comitê, Joseane Cantanhede, interagiram com as pessoas presentes sobre o trabalho do órgão criado por meio da Resolução 47/2020. O presidente do TJMA, desembargador Paulo Velten, também participou da conversa por meio de videoconferência.

Marco Adriano aproveitou a oportunidade de apresentação das ações como uma forma de aperfeiçoar os trabalhos do Comitê a partir de propostas e sugestões que serão contempladas no planejamento estratégico de 2023.

O juiz Marco Adriano agradeceu a receptividade da diretora do Fórum de Caxias, juíza Gisa Fernanda Benício, dos juízes Jorge Leite, Paulo Afonso Gomes e Ailton Gutemberg Lima, e da magistrada Marcela Lobo. 

O juiz Jorge Leite considerou o encontro como um momento de transformação da cultura organizacional e de percepção do Judiciário maranhense dentro de uma responsabilidade social. “Podemos avançar bastante nessas questões com a vinda do Comitê à comarca de Caxias e traçar estratégias de sensibilização para evoluirmos e melhorar a cada dia nessas temáticas”, pontuou o magistrado.

O acolhimento e o respeito em enxergar o próximo deram tom à fala da servidora Louvanya Couy. “Fico feliz que o Tribunal de Justiça e o Comitê possam levar essa causa da diversidade às pessoas que precisam de respeito. A gente sente esperança em dias melhores e amor pelo próximo de forma mais abrangente”, disse.

Para o oficial de Justiça, Murilo Moreira, as opiniões dos participantes foram expressivas. 

O servidor Cícero Neto ressaltou a conversa como esclarecedora e um meio de viabilizar novos pensamentos e combater a discriminação.

TIMON

Na comarca de Timon, as ações do Comitê também foram apresentadas no Fórum Amarantino Ribeiro Gonçalves, durante a programação do “Projeto Justiça e Cidadania –

Porque fazer o bem faz bem”. No momento, o Comitê de Diversidade apresentou a temática “Enfrentamento ao racismo: o que a juventude pode fazer?”, direcionada aos adolescentes integrantes do Núcleo de Cidadania dos Adolescentes (NUCA). 

A juíza da 1ª Vara Cível e coordenadora do projeto, Raquel Menezes, observou que o objetivo principal é a aproximação entre Poder Judiciário e sociedade, mediante, dentre outras ações, o fornecimento de informações acerca de direitos e deveres dos cidadãos.

O evento teve a participação de magistrados(as), estagiários(as) e servidores(as), a exemplo da estagiária do setor psicossocial, Trix Gomes, que fez algumas observações. “O Tribunal precisa saber quantas pessoas trans trabalham dentro do órgão e como estão as políticas de inclusão dessas pessoas e das LGBTQIAP+. Eu coloco isso porque sou uma pessoa trans e percebo as dificuldades aqui dentro da comarca para me acolherem e me entenderem, além dos olhares sutis de preconceito, como algumas pessoas não se referirem a mim da forma como me imponho. Estamos falando de saúde mental e de acolhimento”, ressaltou.

Joseane Cantanhede observou os momentos de escutas e partilhas como significativos para o fortalecimento das políticas institucionais e das práticas antidiscriminatórias. Na sua opinião, o acolhimento, o interesse e as ricas sugestões suscitadas deram um tom muito especial durante toda itinerância e reforçaram o comprometimento do corpo funcional com as temáticas trabalhadas.

Juliana Sales, comissária da Infância e Juventude, enfatizou a riqueza das falas para conhecer um pouco dos nossos colegas, incluindo realidades que eram desconhecidas por nós. “Esses momentos mostram a necessidade de termos mais empenho em buscar conteúdos diferentes da nossa realidade profissional e da nossa bolha, como tratar transgênero. Aperfeiçoar essa ideia a quem recepciona de forma que seja mais afetuoso e respeitoso”, disse.

O Coordenador Municipal de Juventude de Timon e ex-presidente do Conselho Estadual de Juventude no Maranhão (CEJOVEM), Geldo Júnior, agradeceu a juíza Raquel Menezes pelo convite para participar do debate “Juventude e Racismo”.

“De dez jovens em Timon, oito são negros. Precisamos criar políticas públicas a partir do debate sobre o problema e levá-lo a todos os meios sociais. Em todo lugar de fala é preciso que o jovem leve essa mensagem de combate ao racismo, pois precisamos enfrentar com coragem, a exemplo do que fazemos por meio da Coordenadoria da Juventude”, afirmou Geldo.

“Muito bom a juventude aprender sobre o racismo para ajudar a combatê-lo. As vezes, as crianças sofrem com essa discriminação e não percebem por não entender, daí a importância de saber sobre para nos ajudar a enfrentar essa realidade”, disse a aluna da Escola Municipal Urbano Martins e do projeto NUCA, Ana Beatriz Alves da Costa, que em sua fala durante o evento afirmou ter sofrido racismo.

O juiz Marco Adriano agradeceu mais uma vez a parceria dos colegas magistrados de Timon – Raquel Menezes, Paulo Brasil, e ao diretor do Fórum, Rogério Monteles.
É muito gratificante participar dessas iniciativas e proporcionar a escuta ativa dos públicos interno e externo do Judiciário maranhense”, externou o coordenador do Comitê.

As programações de Caxias e Timon também fizeram parte da Semana de valorização dos servidores e servidoras do Judiciário maranhense organizada pela Diretoria de Recursos Humanos do TJMA.