Chupeta ou dedo: Entenda seus malefícios para o desenvolvimento infantil

Um assunto que é polêmico em vários aspectos, dividindo opiniões de especialistas e familiares – permitir o uso da chupeta ou deixar a criança chupar dedo? Uma dúvida, principalmente para as mamães de primeira viagem, que acabam enxergando na chupeta um objeto que “acalma” o bebê nos momentos de choro intenso. 

O que muita gente não sabe é que os dois podem trazer alguns prejuízos para o desenvolvimento da criança e para esclarecer um pouco mais sobre o assunto, vamos conversar com os principais especialistas envolvidos com o tema. 

A fonoaudióloga do Sistema Hapvida, Priscylla Portela, explica que o uso da chupeta ou o hábito de chupar dedo pode comprometer o desenvolvimento da fala. “O uso e o hábito contínuo desses objetos, podem modificar posição de língua e arcada dentária, provocar flacidez e mudar a dinâmica muscular dos lábios, língua e bochechas, gerando prejuízo na pronúncia de muitos fonemas/letras, trazendo dificuldades para a fala dessa criança. Além de trazer outros prejuízos como na mastigação, deglutição e ortodônticos também”, pontuou a especialista. 

O pediatra do Sistema Hapvida, Guilherme Steinmetz, também deu seu parecer relacionado ao hábito da chupeta e chupar dedos. “Até os seis meses de vida a questão de sucção é muito reflexa, sendo uma reação natural do organismo para o seu desenvolvimento, então aproximadamente por volta dos três meses de gestação, o bebê começa a manifestar movimentos de deglutição”, informou o pediatra. 

Após os seis meses de vida, a sucção deixa de ser um reflexo, o bebê passa a colocar os dedos ou objetos na boca por vontade própria. Esta fase faz parte do desenvolvimento oral, podendo ser confundida com o crescimento dos primeiros dentinhos, “então se ele mamar apenas no peito, ele não vai querer manter outras coisas na boca, porque não foi estimulado a isso”, pontuou. 

Foi inevitável oferecer a chupeta? O professor do curso de psicologia do Centro Universitário Estácio São Luís, Jefther Lima pontua como essa transição pode ser feita de forma leve, sem acarretar em traumas para a criança. “Alguns comportamentos podem ser úteis para retirar o hábito que foi colocado: trocar a mamadeira por copos específicos, não prender a chupeta à roupa da criança, retirar a chupeta logo após a criança adormecer, ter apenas uma chupeta em casa, amamentar o bebê até os seis meses de vida (o que diminuirá a necessidade de sucção)”, completou o professor.