UEMASUL distribui mudas de espécies arbóreas e frutíferas em Estreito

O curso de Engenharia Agronômica do Centro de Ciências Agrárias, Naturais e Letras (CCANL), da Universidade Estadual da Região Tocantina do Maranhão (UEMASUL), campus Estreito, desenvolve um projeto de extensão de assistência técnica, produção e distribuição de mudas de espécies arbóreas e frutíferas, nativas da região, para implantação de sistemas agroflorestais no município. O projeto faz parte do Programa Institucional de Bolsas de Extensão (PIBEXT), que atua na construção de espaços de produção e socialização de conhecimentos e saberes.

O professor do curso de Engenharia Agronômica, Járisson Cavalcante Nunes, contou como nasceu o projeto. “Ao fazer um levantamento dos sistemas de produção do município de Estreito e dos demais municípios da área de abrangência da UEMASUL, estudando as potencialidades da região e a forma como os produtores conduziam suas atividades, identificamos que existiam lacunas na produção de forma sustentável. Surgiu então a ideia de elaborar um projeto para prestar assistência técnica, produzir e distribuir mudas de espécies arbóreas e frutíferas nativas.”

Além do professor Járisson, a execução do projeto conta com a participação de mais três professores, um aluno bolsista e um voluntário. A primeira fase do projeto contou com reuniões em associações de produtores rurais e assentamentos, para que fossem indicados possíveis produtores que poderiam implementar o sistema agroflorestal em suas propriedades. Em seguida, a equipe saiu a campo e visitou cada produtor para conversar e apresentar o projeto, e a partir daí foi realizada a seleção das cinco propriedades participantes.

Na primeira fase do projeto, que aconteceu no mês de abril, foi iniciada a produção de 900 mudas de três espécies: Açaí (Euterpe oleracea Mart.), Maracujazeiro-azedo (Passiflora edulis Sims) e Sabiá (Mimosa caesalpiniaefolia Benth). Parte delas já foi distribuída para implantação de um modelo de agricultura sustentável em área de projetos de assentamento no município de Estreito, com cinco propriedades familiares envolvidas.

Durante o desenvolvimento do projeto junto às comunidades rurais, integrando atividades de ensino, pesquisa e extensão sobre os sistemas agroflorestais, os estudantes do curso de Engenharia Agronômica aprendem técnicas sobre a produção de mudas de espécies frutíferas e arbóreas, atuando como multiplicadores de conhecimentos na área de sistemas agroflorestais.

Para a acadêmica voluntária, Camila Mata de Aguiar, o projeto de extensão é uma troca importante de conhecimentos e experiências. “Nosso projeto vai além da distribuição de mudas de forma gratuita aos pequenos produtores, pois durante as visitas às propriedades há muita troca de informações e conhecimento. É riquíssimo, tanto para o produtor, quanto para mim como aluna e integrante do projeto. Fazer parte disso é gratificante”, destacou.  

O acadêmico bolsista Paulo Cesar Sousa Lima explica que o projeto é de grande importância para a região. “Esse projeto é de suma importância, pois através dele conseguimos estimular os agricultores locais a implantar os sistemas agroflorestais em suas propriedades. Além disso, apontamos os benefícios que essa prática trará para os produtores e também explicamos a importância dela para o meio ambiente”.

O município de Estreito possui 11 projetos de assentamentos, de acordo com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA). Com o aumento da produção agrícola e pecuária nas propriedades rurais do município, também houve uma elevação da atividade extrativista da mata nativa para produções de lenha e de carvão. Esse aumento na produção gera redução da vegetação nativa, que associado à ausência de práticas de conservação, pode provocar alterações ambientais, como a redução da qualidade do solo e transformação física das paisagens, gerando diversas alterações nos ecossistemas.

A distribuição das mudas e o incentivo à produção sustentável nas propriedades rurais, por meio do projeto de extensão, é uma ação que contribui para a diversificação dos sistemas de produção, a recuperação e conservação do solo, além de despertar a consciência ambiental da comunidade e a sua mobilização, para que possam produzir alimentos mais saudáveis.

Os agricultores e famílias ligadas ao projeto receberam capacitação sobre os benefícios dos sistemas agroflorestais e orientações sobre a adoção de tecnologias e inovações na produção de alimento com base agroecológica, estimulando o crescimento da economia local e a oferta de novos empregos.