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Uema realiza primeira diplomação de alunos indígenas em Barra do Corda, Santa Inês e Grajaú

A Universidade Estadual do Maranhão (Uema) realizou a diplomação das primeiras turmas em Licenciatura Intercultural para a Educação Básica Indígena nos campi de Barra do Corda, Santa Inês e Grajaú, entre agosto e setembro. São 54 indígenas de diversas etnias diplomados nestes municípios.

No último dia 21, foram diplomados 22 indígenas das etnias Canela e Guajajara em Barra do Corda. No dia 20, alunos e alunas das etnias Krikati, Gavião e Guajajara receberam diplomas em Grajaú. Já no dia 21 de agosto, 11 mulheres do Território Indígena Rio Pindaré e Carú foram diplomadas na aldeia Januária, do povo Guajajara.

As turmas são resultado da luta histórica dos povos indígenas e quilombolas, na criação do Programa de Formação Docente para a Diversidade Étnica do Maranhão (Proetnos).

Na solenidade realizada em Barra do Corda, a coordenadora geral do Proetnos, Marivania Furtado, manifestou gratidão aos primeiros alunos pela persistência no processo de graduação e conquista de cada diploma. Afirmou que a diplomação da primeira turma de Licenciatura Intercultural Indígena e o próprio Proetnos é a realização de um sonho que se concretiza de forma coletiva.

“Não há nenhum Proetnos grandioso como este feito por uma só pessoa”, destacou. Nesse reconhecimento, agradeceu à equipe administrativa, aos monitores, professores, e, sobretudo, gestores/as da Uema que, no respeito à pluralidade étnica do Maranhão, tornaram o programa uma realidade.

Cantos indígenas foram entoados pelos diplomados da etnia Canela e Guajajara e trouxeram muita emoção durante a solenidade em Barra do Corda, que também foi acompanhada pela Banda Maestro Moisés da Providência Araújo.

“A nossa história e nossos saberes foram sempre passados pela oralidade, daqui pra frente nós também queremos colocar no papel”, disse Jó Meneses Guajajara, da nova turma do Proetnos em Barra do Corda. “Agora, nós estamos lutando pela justiça epistêmica para que nosso saber também seja visto como igual, pois não existe cultura inferior, o que existe é a diferença entre culturas”, afirmou.