Substituição de alimentos: quais as alternativas mais baratas e saudáveis

Com a alta no preço dos alimentos, abastecer a despensa de casa tem sido uma missão cada vez mais difícil para os consumidores que tentam, de diversas formas, economizar na hora de fazer supermercado. O óleo de cozinha, por exemplo, quase que dobrou de preço nos últimos doze meses. O acumulado chega a 83,79%, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O quilo do feijão e do arroz sofreu reajuste de 48,19% e 46,21%, respectivamente, em um ano. Somados à carne, cujos cortes estão 40% mais caros, estes alimentos se tornaram os grandes vilões do bolso dos brasileiros. O cenário é preocupante e exige jogo de cintura na hora de ir às compras.

Uma estratégia que tem sido bastante utilizada pelos consumidores é a substituição de alimentos, ou seja, levar para casa o frango ao invés de carne vermelha. A alternativa não está errada, porém o nutricionista esportivo Marcos Macedo chama atenção para os cuidados a serem tomados na hora de fazer isso. Além do preço é fundamental considerar o valor nutricional dos produtos. Manter o equilíbrio na dieta é tão indispensável quanto economizar.

“A nossa dieta, a nossa alimentação, precisa ser uma combinação perfeita e adequada de proteínas, vitaminas, sais minerais e carboidratos”, lembrou o especialista. “O grande problema é justamente saber se aquele alimento mais barato vai atender às minhas necessidades”, ressalta.

A opção de levar o frango ou o peixe no lugar da carne é uma opção correta, segundo ele. “O peixe é mais barato nas feiras”, indica. “Você tem ainda a opção de substituir a proteína animal pela proteína vegetal que a gente encontra na soja, na lentilha, no grão-de-bico e nas nozes. Estes alimentos tem ótimo valor proteíco”, disse Macedo, que também é professor do curso de Nutrição na Estácio São Luís.

Questionado se a troca de proteína animal pela vegetal garante o equilíbrio da alimentação, ele cita outras vantagens. “Quando a gente faz a combinação perfeita e adequada de proteínas vegetais, a gente consegue tudo o que precisa de aminoácidos para manter as nossas funções metabólicas e ainda ganha um bônus  em relação ao colesterol e a gordura saturada. As proteínas vegetais não trazem esses compostos (gorduras saturadas e colesterol) que são característicos das proteínas animais”, explica.

Em relação às frutas, o nutricionista esportivo lembrou que as que estão na temporada, ou seja, no período de safra tem os preços mais em conta e devem ser a opção para economizar. Agora, caso o consumidor queira substituir, precisa conhecer os grupos a que cada fruta pertence. “Lembrar também do valor calórico. 100 gramas de maçã não tem a mesma caloria que 100 gramas de abacate”, alertou.

Carboidratos

Outra dúvida comum é em relação aos alimentos ricos em carboidratos. É o caso, por exemplo, de pensar em substituir o pão pelo biscoito; ou se devemos optar pelo arroz ao invés do macarrão e vice-versa. “As pessoas têm muito medo de misturar ou substituir carboidratos com medo de engordar. Entretanto, se o valor calórico do prato estiver bem ajustado é possível comer até cinco carboidratos numa mesma refeição. O problema estará apenas em saber ajustar as medidas, a quantidade destes alimentos”, atentou o nutricionista.

Diante dos preços, Marcos Macedo pontua que o arroz pode ser substituído por batata doce ou pela  batata inglesa. “É uma alternativa de fácil acesso e baixo custo”, resumiu.