O número de médicos no Brasil mais que dobrou de 2019 para cá e a taxa de médicos por mil habitantes também subiu. No entanto, quando comparado ao resto do país, o Maranhão ocupa os últimos lugares tanto na quantidade quanto na distribuição desses profissionais nos municípios. Os dados são da pesquisa “Demografia Médica no Brasil 2023” e reforçam a necessidade de ações como o SESI Itinerante. Esta semana, a caravana do Serviço Social da Indústria está em Loreto, cidade localizada a mais de 700 km de distância de São Luís, para levar consultas médicas e exames laboratoriais à população local.  

O estudo “Demografia Médica no Brasil 2023” é realizado por alguns parceiros como a Associação Médica Brasileira e Fundação Faculdade de Medicina (FFM), além de contar com apoio da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) e do Ministério da Saúde (MS). De acordo com a pesquisa, o Brasil conta com pouco mais de 562 mil médicos inscritos nos 27 Conselhos de Regionais de Medicina (CRMs), mais do que o dobro se comparado aos números registrados em 2010. A taxa de médicos por mil habitantes passou de 1,63 para 2,60.  

No entanto, essa taxa não é uniforme em todo o país. Na região Norte, existe 1,45 médico por mil habitantes e no Nordeste é de 1,93. A única exceção é a Paraíba, cuja taxa é de 2,4 médicos. São Paulo, Rio de Janeiro e o Distrito Federal têm seus territórios quase que completamente preenchidos, o que demonstra a maior concentração de profissionais de medicina e uma melhor distribuição interna dos médicos. Do outro lado, estão Acre, Amazonas, Pará e Maranhão, com as menores densidades de médicos do país.  

No Maranhão há quase 8 mil médicos e uma densidade de médico por cada mil habitantes de apenas 1,1. Além da quantidade menor, esses profissionais concentram suas ações majoritariamente nas capitais. Daí a demanda reprimida nos municípios mais distantes dos grandes centros. Desde 2022, o SESI Itinerante já beneficiou mais de 40 mil pessoas, prestou mais de 100 mil atendimentos e já viajou por mais de 20 cidades maranhenses. “O SESI Itinerante foi desenhado para ser um indutor de responsabilidade social na indústria e incentivo à promoção da saúde da população mais vulnerável do estado”, explicou o superintendente regional do SESI Maranhão, Diogo Lima.  

Loreto – O SESI Itinerante chega aonde nem sempre o Serviço Único de Saúde (SUS) consegue atender a demanda. Esta semana, de 20 a 22 de setembro, a equipe multiprofissional do SESI Itinerante desembarcou em Loreto, a mais de 700 quilômetros de São Luís. Serão três dias de atendimentos gratuitos em unidades móveis, das 8h às 17h, na Praça do Rio Branco. As ações, que contam com a parceria da prefeitura local, tem oftalmologista, pediatria e clínica geral, além de exames laboratoriais, eletrocardiograma, vacinação e testes rápidos. A população conta ainda com oficinas de alimentação saudável, recreação infantil e ações educativas.  

José Luiz Alves, autônomo, está entre os milhares de cidadãos beneficiados pelos serviços prestados por uma equipe multiprofissional do SESI em unidades móveis instaladas em praças públicas. “Quero parabenizar o SESI por essa grande ação social que está ajudando tantas pessoas que não têm condições financeiras de pagar por exames e consultas e nem de ir até outra cidade para ser atendido. Hoje fiz exames de sangue e consulta com oftalmologista e nos próximos dias pretendo consultar com clínico geral e dentista”, afirmou José Luiz. 

Para além da distribuição desigual de médicos, há outras questões como a necessidade de investimentos na promoção da saúde pública. O SESI Itinerante é uma contribuição do setor industrial para melhorar o acesso das pessoas a serviços de saúde de qualidade nos locais onde elas residem.