Giro de Noticias

SÃO LUÍS – Oficina do Projeto Pertencer é realizada no Coroadinho

O Ministério Público do Maranhão realizou na tarde desta quinta-feira, 5, no Centro Educa Mais Dorilene Silva Castro, no Coroadinho, a oficina “Escrevivências e Cartografia Social”, com estudantes do ensino médio da referida escola. A atividade faz parte do Projeto Pertencer – Sou Coroadinho, Sou Quilombola, cujo objetivo é mobilizar a comunidade local para obter a certificação do bairro como quilombo urbano.

Para alcançar o reconhecimento da Fundação Palmares, um dos requisitos é que os moradores da comunidade se identifiquem como negros e descendentes das populações quilombolas. Em caso de certificação, os habitantes do território podem ter acesso a políticas públicas e programas sociais nas áreas de educação e infraestrutura específicas para este segmento. Em São Luís, o bairro da Liberdade já obteve a certificação.

Luanda Martins Campos, pesquisadora sobre desigualdade racial, ministrou a oficina e destacou o envolvimento dos estudantes da comunidade no processo de tentativa de certificação do Coroadinho como quilombo urbano. Ela explicou que os alunos escreveram memórias, pesquisaram a história de suas famílias e pontuaram as referências afetivas e históricas.

“O que é escrevivência? É a escrita de si, se reconhecer, valorizar suas memórias. É preciso se reconhecer primeiro para depois reconhecer o próprio território. A cartografia entra nesse processo para que eles, os alunos, possam olhar o território e desenhá-lo com seu próprio olhar”, afirmou Luanda Campos.

Na avaliação da professora de matemática Nilce Garcês, do Centro Educa Mais Dorilene Silva Castro, o Projeto Pertencer atingiu seu objetivo inicial de envolver os alunos e fazê-los refletir sobre sua história. “A missão deles foi escrever a própria história e o pertencimento a esse bairro. O projeto está amadurecendo e para os estudantes é um processo enriquecedor”.

HISTÓRICO DO BAIRRO

A ocupação dos terrenos às margens do Rio das Bicas, onde hoje é o Coroadinho, se intensificou no ano de 1977, mas já havia alguns moradores desde os anos 1940. Inicialmente, as terras eram usadas para pequenas plantações, e a região era chamada de Sítio Caboclo. A partir da década de 1980, a ocupação das terras do Coroadinho se ampliou com a migração em massa de moradores do interior do Maranhão e de uma área vizinha, o Coroado.