São Luís 411 anos: pesquisas apoiadas pela Fapema resgatam a história da cidade
Neste dia 8 de setembro, São Luís completa 411 anos de fundação e nesta longa trajetória, a cidade se destaca por suas belezas naturais, culturais e por sua rica história. Neste cenário, a Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão (Fapema), tem papel fundamental no apoio às pesquisas, que contam e resgatam a história da cidade.
Através de estudos financiados pela Fundação, inúmeros pesquisadores maranhenses têm desvendado camadas esquecidas do passado da cidade, trazendo à tona relatos e detalhes que contribuem para a construção de uma narrativa mais completa e dissemina a história de São Luís.
“O aniversário de São Luís celebra não apenas 411 anos de existência, mas também, ressalta a importância de compreender o passado para construir um futuro mais informado e consciente. Com um olhar atento à preservação da memória local, o Governo do Estado, por meio da Fapema, tem se dedicado a apoiar iniciativas que têm aprofundando o conhecimento sobre as origens e evolução da cidade, destaca o presidente da Fapema, Nordman Wall.
Dentre os projetos apoiados pela Fapema, destacam-se estudos que exploram a influência das culturas indígenas, africanas e europeias na formação do tecido social e cultural de São Luís. “A missão da Fapema vai além de fomentar a pesquisa científica e tecnológica. Também buscamos fortalecer a identidade cultural e histórica do Maranhão, e a cidade de São Luís é uma parte fundamental dessa história”, frisou Nordman Wall. Além disso, pesquisas voltadas para a preservação do patrimônio arquitetônico e histórico têm permitido a restauração e revitalização de locais emblemáticos, como casarões coloniais, igrejas e praças.
Desta lista de locais emblemáticos, as igrejas seculares da cidade são o núcleo do projeto ‘Mecanismo pop-up: um estudo para adaptação de igrejas históricas de São Luís’, da pesquisadora Daniele Melo Santos Paulino. No estudo, ela analisa como as tecnologias de design generativo podem dar nova vida aos edifícios históricos da cidade, preservando sua autenticidade, enquanto os prepara para o futuro.
Daniele Melo graduou-se pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão (Ifma), fez mestrado pela Universidade de São Paulo (USP) e atualmente, é graduanda na Penn State University, onde desenvolve a pesquisa, que é financiada pelo Governo do Estado, por meio da Fapema.
“O principal objetivo deste trabalho é automatizar o projeto de adaptação dos prédios do Centro Histórico de São Luís, para acomodar apartamentos de habitação social. Para isso, estou desenvolvendo uma solução computacional, que possibilita arquitetos, engenheiros e organizações de preservação de patrimônio utilizarem para avaliar formas de promover estas adaptações”, explicou Daniele Melo.
Em dezembro do ano passado, ela visitou o prédio número 46, na rua Alfonso Pena, utilizando o aplicativo chamado Polycam, escaneou em 3D e obteve a planta baixa, com a qual definiu etapas para alocar diferentes tipos de apartamentos.
O Mercado das Tulhas, mais conhecido como Feira da Praia Grande, é tema do projeto ‘Coração da Praia Grande: representações sobre a noção de patrimônio na Feira da Praia Grande, São Luís, Maranhão’, da pesquisadora e professora da Universidade Federal do Maranhão (Ufma), Raquel Noronha.
“É um mercado que tem seu valor histórico e arquitetônico, e também, um conjunto de saberes, fazeres e de sociabilidade, inseridas neste espaço. Analisamos a visão de mundo, os trabalhadores e visitantes. São histórias que precisam ser relembradas e revividas, a todo tempo”, avaliou Raquel.
A história portuária da Grande Ilha é desbravada no projeto ‘Upaon-Açu – Maranhão, uma ilha portuária com vocação global: história, memória e produção cartográfica de portos de São Luís, São José de Ribamar, Paço do Lumiar e Raposa’, do historiador e mestrando, Rafael Amorim.
A pesquisa, que tem apoio da Fapema, avalia como esses espaços portuários moldaram a identidade cultural e econômica, ao longo dos séculos. “São informações sobre as potencialidades históricas e culturais desses portos e as interações que moldaram o cenário econômico e cultural de São Luís. A própria localização estratégica da cidade é uma força vital, desde os tempos pré-coloniais até hoje”, observou Rafael Amorim.
O arquiteto urbanista e professor da Universidade Estadual do Maranhão (Uema), Frederico Lago Burnett, foca seus trabalhos nas questões urbanas e rurais da capital, e no trabalho ‘São Luís 400 anos: (Con)tradições de uma cidade histórica”, ele analisa por que o Centro Histórico é Patrimônio da Humanidade.
“O Centro Histórico marca um forte momento da economia maranhense e culturalmente, estas edificações também têm sua contribuição e implica em uma importante história de dado período. Quando a Unesco reconhece esse bairro como patrimônio, tudo acontecia nele: os negócios, os poderes, o movimento social”, disse Frederico Lago, que obteve apoio da fundação maranhense para desenvolver esse estudo.
Estes e tantos outros pesquisadores, com seus projetos sobre a cidade, destacam a beleza singular e mostram que abraçam a valorizam, e que se solidifica a cada novo aniversário. Com o suporte da Fapema, esses estudos saem do papel e oportunizam aos maranhenses continuar desvendando o passado, honrando suas raízes e construindo um futuro fundamentado no conhecimento e na preservação do patrimônio