Retrospectiva – Novos hospitais, pesquisas e apoio financeiro reduzem impacto do coronavírus no Maranhão

Assim como no mundo todo, a pandemia de coronavírus teve forte impacto sobre o sistema de saúde e a economia do Maranhão. Mas a estratégia de enfrentamento envolvendo múltiplas frentes conseguir reduzir esse impacto. 

Diferentemente de outras unidades federativas, a rede estadual maranhense de saúde não entrou em colapso, houve leitos disponíveis durante o ano todo, foi feita uma série de apoios financeiros para trabalhadores e colocou-se em prática redução e isenção de impostos para incentivar a economia.

Balanço nacional feito pelo site Poder 360 mostra que o Maranhão está entre os quatro Estados com menor taxa de letalidade de Covid-19 no Brasil inteiro.

“Neste ano de 2020, não obstante todas as dificuldades que sabemos, nós tivemos o acréscimo de mais 496 leitos permanentes na rede estadual de saúde. E tivemos a abertura de várias unidades. Tivemos vários hospitais de campanha, a abertura de hospitais e de policlínicas”, afirmou o governador Flávio Dino durante coletiva de imprensa na sexta-feira (18) sobre o balanço das ações na pandemia.

Novos hospitais

Especificamente para o combate ao coronavírus, o Governo do Maranhão abriu ou ampliou 13 hospitais em cem dias, durante a fase mais aguda da pandemia. 

Na Grande Ilha, foram o HCI, o Genésio Rêgo, a Clínica São José, o Raimundo Lima, a UPA de Paço Lumiar, o Hospital Real e o Hospital de Campanha de São Luís.

Em outras cidades, foram o Hospital de Lago da Pedra, o de Santa Luzia do Paruá, a ampliação do hospital de Coroatá e os hospitais de campanha de Açailândia, Pedreiras e Santa Inês.

Quase todos eles ficarão como legado do enfrentamento à Covid-19, inclusive o local onde funcionou o hospital de campanha de Santa Inês, que agora abriga uma Policlínica. 

Além dessas unidades, foram feitas reformas e modernizações em diversos hospitais.

Mais entregas

Mais recentemente, foram entregues as Policlínicas do Cohatrac, de Presidente Dutra e de Santa Inês. Outros exemplos são o Hospital Municipal de Carolina, a UTI de Açailândia, a UTI de Codó e a ala materna da Santa Casa em São Luís.

Além disso, as obras continuam para um possível combate à segunda onda da doença. 

Entre as obras, estão a instalação de leitos de UTI em Imperatriz e Barreirinhas, a ampliação do Hospital Aquiles Lisboa em São Luís, o Hospital de Pedreiras, a Policlínica de Açailândia e a maternidade em Paço do Lumiar. 

Drive-thru

Para ampliar a testagem da população, o Governo do Estado fez três edições de drive-thru – duas em São Luís e uma em Imperatriz. 

Primeiro foi em setembro, na capital maranhense; depois em Imperatriz, em outubro; e novamente em São Luís. Nas três etapas, foram testadas 23.205 pessoas, sendo que 18.702 testaram negativo. 

Os 4.503 casos positivos incluíram tanto ativos (com a doença ainda) e recuperados (já sem a doença). 

Inquérito sorológico

O Governo do Estado fez dois inquéritos sorológicos para medir o número de pessoas com anticorpos, ou seja, que já foram infectadas com o vírus. No primeiro, o índice ficou em 40,4%. No segundo, em 38,1%. 

Realizado em parceria com a Universidade Federal do Maranhão (UFMA) para avaliar o cenário atual da pandemia no estado, a segunda fase do Inquérito Sorológico contemplou 70 municípios em 19 Regiões de Saúde.

Lacen

O Laboratório Central de Saúde Pública do Maranhão (Lacen/MA) teve papel fundamental para a detecção da Covid-19 em meio à população. 

Os profissionais redobraram a rotina de trabalho para realizar diagnóstico do Covid-19 no estado. 

Desde o início da pandemia, foram feitos mais de 470 mil testes no Maranhão, sendo mais de 90% na rede pública. 

Comitê

Desde o início da crise sanitária, a situação vem sendo acompanhada permanentemente pelo Comitê Científico de Prevenção e Combate ao Coronavírus no Maranhão. Também foram criados comitês regionais para traçar estratégicas específicas para partes do território maranhense. 

As ações bem coordenadas e a criação de novas unidades de saúde deram ao Maranhão um lugar de destaque no combate à Covid-19. Segundo ranking desenvolvido pelo Centro de Liderança Pública (CLP), em outubro o Maranhão ocupava a primeira posição entre os estados brasileiros na gestão das ações contra a pandemia.

Pesquisa

Em parceria com a Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio/FIOCRUZ, o Governo do Maranhão fez a pesquisa “Avaliação das condições de trabalho e saúde de cuidadores das pessoas idosas em tempos de Covid-19”. 

O estudo buscou reunir informações sobre o perfil sociodemográfico de cuidadores de pessoas idosas e mapear o impacto da pandemia para as suas condições de trabalho, informação e saúde. Os resultados serão divulgados em breve.

Economia

O Governo do Maranhão lançou uma série de incentivos para diversas categorias profissionais e para as atividades econômicas.

Entre as medidas, houve parcelamento, desconto e adiamento no pagamento do ICMS para empresas. E de IPVA para consumidores.

Para ajudar diretamente os trabalhadores, foram feitas diversas ações, incluindo conta de água gratuita por dois meses para 850 mil maranhenses. Mais de 250 mil cestas básicas foram entregues, contendo também produtos da agricultura familiar.

A gestão estadual zerou o ICMS para álcool em gel e o ICMS da conta de luz dos mais pobres, além da prorrogação de prazo para pagamento do IPVA 2020.

E mais: contratou mais de 600 artistas locais para lives, comprou antecipadamente diárias de hotéis e refeições que serão usadas por estudantes e para a divulgação do Maranhão, contratou guias para tour online nos principais atrativos turísticos do Estado, comprou 2 mil peças de artesãos em todo o Estado e vouchers de mais de 130 manicures, cabelereiros e barbeiros. 

Fesma

Para chegar a locais isolados, a Força Estadual de Saúde do Maranhão (Fesma) percorreu comunidades indígenas e quilombolas. 

Entre os serviços, estiveram acolhimento e identificação de casos suspeitos de síndrome gripal, monitoramento de casos positivos e recuperados, triagem e aferição dos sinais vitais. E também consulta presencial com enfermeiro, para verificação dos fatores de risco e orientação sobre as medidas devidas.