Programa do governo estadual investe na capacitação de indígenas

Investir em educação é uma das prioridades do Governo do Estado. As iniciativas da política pública focada no ensino, desta vez, foram para os povos indígenas de várias comunidades do interior do Maranhão. 

Foi criado o Programa de Formação de Docentes para a Diversidade Étnica (PROETNOS) em parceria com a Universidade Estadual do Maranhão (UEMA) para formar professores indígenas para atuar em suas próprias comunidades.

No último dia 11 de outubro, mais de 50 indígenas se formaram pelo curso de Licenciatura Intercultural para Educação Básica Indígena, que integra o programa. 

O estado é pioneiro na realização do PROETNOS com recursos próprios. O governador Carlos Brandão afirmou que é um avanço a formação desses professores indígenas que foram preparados para educar os jovens. 

“O PROETNOS é uma grande oportunidade para as nossas comunidades tradicionais que não podem ser esquecidas. Nos últimos 8 anos, já realizamos 1.500 obras educacionais, preparando os jovens para o futuro com condições físicas, materiais e pedagógicas. Com essas conquistas históricas, estamos construindo um Maranhão com qualificação educacional para todos. O próximo passo é ampliar o PROETNOS para os quilombolas”. 

A professora Rosilene Guajajara, moradora da aldeia Maçaranduba, concluiu o curso de Ciência da Linguagem pelo PROETNOS. Para ela, foi a chance de conquistar o tão sonhado curso de graduação.

“Eu já ensinava as crianças da aldeia, mas sempre quis me formar mesmo em uma universidade, colar grau e levar meu canudo para casa. É uma formação rica que veio para fortalecer a educação indígena. O acesso ao nível superior agora é para todos. A licenciatura intercultural agrega valor ao ensino porque trabalha a nossa realidade indígena”, explicou Rosilene. 

Ana Maria Guajajara, também da aldeia Maçaranduba, de Bom Jardim, se formou em Ciência Humana. Ana Maria leciona no Centro de Ensino Guajajara e para ela, todo o esforço valeu a pena. “Agradeço ao governo a chance de cursar uma universidade. Nunca imaginei me formar, ainda mais pela UEMA. Foi uma grande benção na minha carreira. Agora posso dizer que tenho magistério”. 

A coordenadora geral do PROETNOS, Marivania Leonor Furtado, destacou que a formação da primeira turma de professores é uma conquista histórica para os povos indígenas. “A graduação em Magistério ajuda os indígenas a reinvidicar seus direitos. O Maranhão nunca fez isso antes na história dessas comunidades. Estudar dá substrato para esses professores e lideranças. É com qualificação que a gente consegue solidificar os direitos específicos dos povos, que são a terra, sustentabilidade, saúde e educação”. 

O que é PROETNOS

O PROETNOS foi criado em 2016 para formar e qualificar professores para assumir os processos de escolarização nos territórios dos povos e comunidades tradicionais no Estado do Maranhão, garantindo, assim, a autonomia desses territórios.

Os professores formados devem ser exclusivamente oriundos das suas comunidades e povos.

Os cursos de graduação funcionam na modalidade parcelada ou de alternância, com aulas às sextas-feiras e sábados, sempre nos campi onde serão ofertados.