Produtor deve comparecer aos escritórios da AGED/MA para apresentar geolocalização de sua propriedade

A Agência Estadual de Defesa Agropecuária do Maranhão (AGED/MA) iniciou uma campanha nos mais de 170 escritórios espalhados pelo Maranhão convocando o produtor rural para comparecer às unidades e atualizar cadastro e apresentar a geolocalização de propriedade. A medida auxilia o Estado avançar para o status sanitário de zona livre de aftosa sem vacinação.

O Maranhão tem como meta, neste mês de fevereiro, atingir o índice de 70% das propriedades rurais geolocalizadas no sistema da Agência Estadual de Defesa Agropecuária do Maranhão (AGED/MA) para solicitar a suspensão da vacina para 2024. Hoje, o estado está com 58,86% de propriedades com geolocalização.

De acordo com a coordenadora de Defesa Animal da AGED/MA, Jucielly Oliveira, a retirada da vacina traz vantagens aos produtores e ao Estado do Maranhão. 

“Com a retirada, os produtores economizam no custo com a vacinação, com as perdas de carne na toalet de carcaça nos frigoríficos em virtude do manejo inadequado da administração da vacina, além de promover o desenvolvimento da pecuária maranhense”, explicou Jucielly Oliveira.

Vigilância da Febre Aftosa

O Plano Estratégico do Programa Nacional de Vigilância para Febre Aftosa (PE-PNEFA) tem como objetivo principal criar e manter condições sustentáveis para garantir o status de país livre da febre aftosa e ampliar as zonas livres de febre aftosa sem vacinação, protegendo o patrimônio pecuário nacional e gerando o máximo de benefícios aos atores envolvidos e à sociedade brasileira. 

Delineado para ser executado de 2017 a 2026, o Plano se constitui de 42 metas, estipuladas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) para que os estados avancem para fazer a retirada da vacinação contra febre aftosa. 

O Maranhão já cumpriu 74% destas metas, o que o habilita a fazer o pleito ao MAPA para suspensão da vacina contra febre aftosa no território maranhense. 

Dados do IMESC

Dados de um artigo publicado pelo Instituto Maranhense de Estudos Socioeconômicos e Cartográficos (IMESC), com base nos dados agropecuários da AGED/MA, estimou a movimentação econômica relacionada ao custo de oportunidade da manutenção da vacinação, da perda de carne por abcesso e a impossibilidade de transporte de animais para zonas livre de aftosa sem vacinação. O documento assinalou o período de 2017 a 2020 para os cálculos de estimativa.

A estimativa do custo médio relacionado à manutenção da vacina de febre aftosa é de R$ 56,6 milhões, que correspondem ao custo de vacinar o rebanho maranhense, que hoje ultrapassa 10 milhões de cabeças de bovinos e bubalinos.

O estudo também estimou perda econômica de R$ 7,2 milhões para a cadeia produtiva, tendo em vista a incidência das perdas de carne bovina por lesões vacinais. 

O IMESC estimou ainda um total de R$ 1,7 bilhão na média com a movimentação de bovinos para outros estados e esse montante representa o que o Estado deixaria de movimentar na sua economia caso a vacina da febre aftosa não seja retirada, evidenciando que sua continuidade criaria externalidades negativas, pois impediria o acesso a mercados fora do estado.

“Por isso é importante que cada produtor compareça aos nossos escritórios, faça a sua atualização, apresente a geolocalização, para que possamos bater a meta do Plano Estratégico e pleitear a suspensão da vacina para 2024”, informou a coordenadora Jucielly Oliveira. 

Em 2001, ocorreu um agravo sanitário foco de febre aftosa, no município de Eugênio Barros. Com a criação da AGED/MA em 2002, os trabalhos foram intensificados até o Maranhão alcançar em 2014 o reconhecimento internacional pela Organização Mundial para Saúde Animal (pela OIE) de zona livre de febre aftosa com vacinação. 

O Governo do Estado segue cumprindo com as metas do Plano Estratégico do Programa Nacional de Vigilância para Febre Aftosa para fazer a retirada da vacina, seguindo as previsões e orientações do Ministério da Agricultura.