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Preocupação com sustentabilidade é questão central no mercado global

A sociedade vem mostrando cada vez mais interesse e preocupação com a questão climática. O senso de urgência, de que não dispomos de muito tempo para reverter a situação alarmante na qual o meio ambiente se encontra, é fator fundamental na manutenção dos esforços. A pressão que a sociedade exerce recai sobre as instituições e organizações, que têm buscado incorporar aos seus processos o cuidado com a sustentabilidade.

O setor produtivo da sociedade é o ramo de vanguarda nesse processo. A indústria é uma das grandes responsáveis pela emissão de gases de efeito estufa, e vem criando consciência disso. Logo, agir em prol de um bem maior é a tônica do mundo corporativo atual. Não à toa, boa parte do empresariado considera que as questões climáticas podem vir a interferir no mercado.

É o que aponta uma pesquisa feita pelo Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças de São Paulo, o Ibef-SP, juntamente da PwC, umas das maiores empresas de consultoria do mundo. De acordo com o levantamento, 78% dos empresários entrevistados entendem que os riscos climáticos são “relevantes” ou “muito relevantes” para seus negócios.

Essa fatia grande do empresariado é representada pelas grandes corporações nacionais. Em grande movimento conjunto, presidentes de grandes empresas como Bradesco, Natura, Vivo e Ipiranga levaram um documento à Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima da ONU, em 2021, em defesa de medidas ousadas de redução de emissão de gases causadores de efeito estufa, além de preservação de nossos recursos naturais.

Os olhos internacionais também estão debruçados sobre o Brasil, principalmente quanto ao bioma amazônico. As notícias de crescimento no desmatamento maculam a imagem que o Brasil projeta mundo afora, o que também não é bom para os negócios. O desmatamento ilegal, que é da grandeza de 98% de toda a madeira derrubada na Amazônia, é causa de quase 50% das emissões de dióxido de carbono de todo o território brasileiro. 

Logo, uma produção sustentável é mais rentável! Um comprometimento maior de todos, sendo ele capitaneado pelo alto empresariado, pode ser fator decisivo na mudança deste cenário. Ainda assim, segundo o levantamento da Ibef, empresas de menor faturamento não entendem da mesma forma e ainda demonstram resistência ao emprego da agenda de desenvolvimento sustentável. 19% apenas têm o entendimento de que o assunto é relevante, enquanto um sonoro 67% considera como irrelevante.

De certa forma, apenas uma ação política forte, juntamente de um arcabouço jurídico e regulatório moderno e atuante, fora o envolvimento de todos, será capaz de elevar o país a dianteira de um grande esforço mundial, em direção a um planeta mais verde e sustentável para toda a vida terrestre.

A agenda ESG está provando a cada dia mais o ponto de que as corporações possuem responsabilidades com a sociedade e com o meio ambiente, o que se traduz em confiabilidade e valor de mercado. É entender que é um dever social trazer benefícios para além de apenas produtos, como cunhado no termo capitalismo de stakeholders, e utilizar todos os artifícios em busca desse objetivo, seja através de energia limpa, como o uso de painel solar na produção, seja evitando desperdícios, reaproveitando materiais outrora descartáveis e conscientizando-se quanto ao descarte de materiais.