Porto do Itaqui na rota da Dina pelas Américas

O Porto do Itaqui entrou na rota da Dina pelas Américas, uma viagem muito especial que começou há três meses, em São Paulo, a bordo da Dina, uma picape que virou motorhome e, se tudo der certo, chegará até o Alasca, o maior estado dos Estados Unidos, no início de 2023. A aventura é a realização do sonho sobre rodas de Luiz Fernando de Souza Beduschi Filho e Tainá Ometto Bezerra, ambos ex-funcionários de um banco; ele, na área de tesouraria; e ela, no compliance. O casal passou um ano e meio planejando tudo até ter coragem e todos os recursos necessários para a grande jornada.

Só a montagem do motorhome levou nove meses. Ao ver a transformação, Tainá logo batizou a nova casa sobre rodas: “Ficou uma dinossaura!”, e assim a picape Ranger virou Dina. O veículo foi equipado com banheiro, cozinha, cama de casal, aquecedor e até máquina de lavar, com direito a parede interna adesivada com estampa de azulejos que lembram a paisagem do centro histórico de São Luís. Tem também um toldo lateral para montar uma varanda e a bordo eles levam tudo o que precisam para viver durante os próximos 15 meses.

A passagem pelo Porto do Itaqui fez parte da visita ao estado natal da família da Tainá, onde esteve há alguns anos e agora fez questão de voltar para conferir as belezas naturais, entre praias e cachoeiras, e também visitar parte da família que vive na capital maranhense.

Para o casal, esse projeto significa uma nova forma de encarar a vida nesse quase pós-pandemia. “Depois de 10 anos trabalhado freneticamente, a gente quis dar uma nova guinada na vida e visitar o Porto do Itaqui é um pouco disso tudo, uma coisa que a gente não imaginava que tinha no Maranhão, essa estrutura toda”, completa. “É um negócio muito grande e ele representa um pouco essa surpresa ao conhecer o Brasil, como é grande e diverso, e tem muito mais do que a gente imagina de dentro do nosso quintal”, afirma Luiz Fernando.

Diário digital

Luiz Fernando e Tainá criaram um perfil no Instagram (@dinapelasamericas) para registrar o diário da viagem. De São Paulo, eles visitaram todos os estados da região Nordeste, passando dois a três dias em cada cidade, priorizando as menores, por segurança e também dentro do mapa afetivo de descobridores do Brasil profundo.

Na Bahia visitaram a Chapada Diamantina, Mangue Seco e Piranhas; em Sergipe, Aracaju e Pirambu; em Pernambuco foram a Recife, Olinda e Porto de Galinhas. Também estiveram na Paraíba, no Rio Grande do Norte, Ceará e Piauí. Entraram no Maranhão vindos de Barra Grande e se encantaram pela paisagem. “Nossas andanças pelo Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses. Passamos pelas cidades de Barreirinhas e Santo Amaro do Maranhão, de onde acessamos essa beleza única e diferente na imensidão de areia, dunas e lagoas de água doce!”, postaram.

O roteiro Dina pelas Américas também pode ser chamado de viagem em busca da beleza, tantas são as referências nesse sentido. “A paisagem das ilhas, dos igarapés, a revoada dos guarás e até os barcos encalhados são bonitos! Mas o que mais impressionou foi a preservação do local, não vimos lixo nas praias, tampouco nas ilhas. A passagem por Tutoia foi uma grata surpresa e uma dica de um maranhense que conhecemos na Ilha do Guajiru. Viajar com a casa nas costas tem essa vantagem, conhecer pessoas bacanas e que te mostram o que não está totalmente na rota turística”, dizem em outra postagem.

O maranhense citado no Instagram é o gerente de Terminais Externos da EMAP, Glauco Vaz, que estava em férias com a família na Ilha de Guajiru, localizada no município de Itarema (CE), quando conheceu Luiz Henrique e Tainá. Foi a partir desse contato que o casal incluiu o Porto do Itaqui no roteiro maranhense.

Mas nem só de beleza vivem esses viajantes. Também tem perrengue, como avaria no veículo e outros percalços, incluindo a variação de relevo, por exemplo. “Seguimos aprendendo a lidar com as diversas situações que podem aparecer na estrada, dando a esses pequenos problemas o tamanho que eles têm”, informaram após o conserto da Dina.

Rota das Chapadas

De São Luís os viajantes seguiram até Pedreiras, cidade onde nasceu o pai da Tainá. Eles visitaram o recém-inaugurado Parque João do Vale e registraram as experiências musicais que o espaço proporciona, além de um banho no rio Mearim, “local de muitas histórias que meu pai me contava de seu tempo de criança”. Depois de Pedreiras eles seguem rumo ao sul do Maranhão, para visitar a Chapada das Mesas para fechar a rota das chapadas: Jalapão (TO) e dos Veadeiros (GO).

Em janeiro começa a parte internacional, que deve durar todo o ano de 2022. “Estamos esperando ver as questões de fronteira pós-pandemia para avaliar qual será o roteiro mais adequado, se vamos sair pela Argentina ou pelo Peru”, conta Luiz. O plano é encerrar a aventura nos Estados Unidos, de onde pretendem embarcar a Dina em um navio de volta para o Brasil e retomar a vida. “Demos uma pausa na vida paulistana, colocamos a casa nas costas (Dina) e vamos chegar ao Alasca, ou até onde for possível! Get free on the road!”.