Parosmia: o que é a disfunção causada pela Covid-19

Comida com cheiro de azedo, café com odor bem diferente do normal e produtos de limpeza, ou perfumes com cheiro ruim? Esses sintomas são comuns de quem sofreu com a Covid-19 e está se recuperando da doença, mas ainda sofre com as sequelas do vírus. O que poucos sabem é que o nome científico desta disfunção se chama Parosmia.   

A Parosmia acontece pela chegada do vírus nas células que se ligam com a proteína S (de spike, espícula) com receptores da enzima conversora da angiotensina 2 (ECA2), que ficam na sua superfície. Os neurônios olfativos não têm esses receptores, o que não é o caso das células de sustentação, que têm muitos. Segundo especialistas, essas células mantêm um delicado equilíbrio iônico no muco onde os neurônios dependem para enviar o sinal ao nosso cérebro. Se houver um rompimento no equilíbrio, a sinalização neuronal pode ser interrompida, e em consequência o olfato se distorce.  

“Parosmia é a percepção alterada do olfato que leva a mudança de determinados cheiros em decorrência da ação do novo coronavírus nos receptores olfativos levando o paciente a ter sintomas e sequelas. Na prática, ela pode fazer com que o paciente passe a sentir, por exemplo, aroma de acetona ou de comida estragada em alimentos, produtos de limpeza se tornam fétidos;  

perfumes, bebidas e outros itens que estimulem o cheiro podem sofrer alteração”, detalha a enfermeira e coordenadora do curso de enfermagem da faculdade Pitágoras de Bacabal, Janaína Lima. 

A Parosmia pode causar também a Digeusia, que é uma confusão do paladar, devido às interações que os nervos cranianos possuem. Fato que ainda não apresenta explicações exatas, porém as pessoas submetidas às pesquisas relatam que os sabores sentidos têm sido bem desagradáveis também.   

Vale lembrar que a Parosmia é uma disfunção temporária, porém o tempo da recuperação total do olfato pode levar meses. Entretanto, esse processo pode ser acelerado com a procura de profissionais como enfermeiros e médicos otorrinolaringologista, que auxiliam o paciente a se tratar após o 14º dia com a Covid-19. Esses tratamentos podem ser realizados por meio de sessões de treinamento olfatório, com a recuperação dos sentidos básicos.