O poder do alimento colocado no prato

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que em 2025 o número de crianças obesas no planeta chegue a 75 milhões. Os registros do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que uma em cada grupo de três crianças, com idade entre cinco e nove anos, está acima do peso no país. As notificações do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional, de 2019, revelam que 16,33% das crianças brasileiras entre cinco e dez anos estão com sobrepeso; 9,38% com obesidade; e 5,22% com obesidade grave. Em relação aos adolescentes, 18% apresentam sobrepeso; 9,53% são obesos; e 3,98% têm obesidade grave.

Para a endocrinologista do Sistema Hapvida, Fernanda Máximo, explica os fatores que contribuem para que os índices sejam tão alarmantes. “Existem mais de 400 genes isolados que participam na regulação do peso corporal, mas a principal causa de obesidade infantil está relacionada a uma ingesta calórica maior que a necessidade, um aumento da gordura corporal e uma diminuição do gasto calórico. A obesidade infantil deve ser diagnosticada através dos parâmetros antropométricos que devem ser cuidadosamente aferidos conforme preconizados pelo Ministério da Saúde do Brasil”.

Fernanda ressalta que são considerados como pesos excessivos os valores acima do percentil 85 e com obesidade os valores acima do percentil 97. E essas curvas incluem o IMC (Índice de Massa Corporal) desde o lactente até 19 anos de idade. “A obesidade traz uma série de alterações que vai desde o avanço da puberdade das meninas, atraso da puberdade dos meninos com aumento das mamas, irregularidade menstrual nas meninas, assim como a síndrome do ovário policístico incluindo acne, aumento de pelo e resistência insulínica, além de outras alterações como, por exemplo, doença do coração, hipertensão, apneia do sono, exacerbação da asma, infecção respiratória, depressão, ansiedade, compulsão, gordura no fígado, pedra na vesícula, diabete e síndrome metabólica”.

Como os pais podem ajudar na alimentação das crianças?

Os pais têm contribuição fundamental em todo esse processo, iniciando pelo cuidado, incentivo a boa alimentação, além da prática de atividades físicas.

“As mães têm importante papel no cuidado da criança, principalmente em relação à alimentação. Incluir mais verduras, frutas e legumes, diminuir a atividade sedentária como: assistir televisão, jogar videogame, ficar no computador, mas sempre atividades relacionadas a jogos interativos, dança, futebol, judô, karatê, para que a criança seja estimulada a ter uma vida mais ativa”.

Tratamento

Para toda e qualquer doença, o melhor tratamento é a prevenção e não seria diferente para a Obesidade Mórbida Infantil. É importante orientar e conscientizar, principalmente as mães, que o alimento mais indicado para os recém-nascidos é o leite materno. Além disso, deve ser evitado o consumo de doces até os dois anos. 

Caso perceba alguma alteração no seu filho, leve imediatamente a um médico.

Saiba mais

O Dia da Conscientização Contra a Obesidade Mórbida Infantil é celebrado anualmente em 3 de junho. A data surgiu como uma forma de alertar a população sobre os cuidados necessários para combater essa doença que afeta milhares de crianças em todo o mundo.

Dicas

  • Realizar uma caminhada junto à natureza;
  • Comer frutas, verduras, saladas e legumes;
  • Realizar atividades externas.