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O Dinheiro físico vai acabar?

Com a chegada das novas tecnologias, como o Pix por exemplo, o dinheiro físico pode estar com os dias contados. Cada dia mais pessoas usam os meios de pagamentos online e o dinheiro “virtual” para pagar suas contas, compras e outras coisas.

Mas o dinheiro físico, realmente vai acabar? Especialistas do mercado revelam sua opinião sobre o assunto. 

Para Bernardo Schucman, CEO das FastBlock, o dinheiro físico não vai acabar, ele vai sempre existir. “Vamos sempre precisar guardar e ter um backup de um título físico como o dinheiro, seja ele guardando em um banco ou em algum lugar que seja confortável, mas cada vez o dinheiro físico vai transitar menos. E para os para investidores em criptomoedas é sugerido que seja impresso um paper wallet, que de certa forma não deixa de ser um dinheiro físico.” analisa. 

Para Leo Monte, Diretor de Marketing e Inovação da Sinqia, líder em tecnologia para o mercado financeiro, difícil cravar a completa extinção do dinheiro físico, mas sem dúvidas vivemos um momento de revolução do mercado e de democratização do acesso às inovações nos meios de pagamento. ” Os consumidores esperam poder utilizar diferentes meios de pagamento digitais em suas compras. Com a convergência das tecnologias e a liberação dos APIs, possibilitada pelo Open Banking e o PIX, cada vez mais veremos consumidores usando combinações diferentes desses meios.  Isso inclui, por exemplo, dividir um pagamento de uma compra entre PIX e cartão de crédito ou  pagamento em moedas digitais e fiduciárias.  Também veremos a utilização de pagamentos para além do dinheiro, como é o caso dos pontos de fidelidade e das moedas digitais. Recentemente, o próprio Banco Central a necessidade de lançamento de uma moeda digital para o País pensando nesse novo ecossistema financeiro com foco no digital” comenta.

Para Thiago Lucena, CEO da UZZO Pay, caminhamos para digitalização do dinheiro, mas, não agora. “A digitalização do dinheiro é um processo inevitável para os próximos anos, porém é importante levar em consideração o contexto social que estamos inseridos. Em alguns países como a China, o acesso democratico a tecnologia, permitiu a digitalização do dinheiro de forma acelerada, embora o país ainda tenha grande parte de sua população na zona rural. Entretanto, levando em consideração o Brasil, temos ainda alguma resistência em abandonar o dinheiro físico, se observamos o acesso a tecnologia e, também, a questão da idade que interfere na relação do usuário com os meios digitais . Mas,  existem movimentações que certamente vão acelerar o processo de digitalização financeira, especialmente as contas digitais e, agora, a chegada do Pix que tornará as transações mais ágeis e fáceis na relação entre cliente e estabelecimento. Outro fator que deve ser observado é o fortalecimento do mercado de bitcoins e criptomoedas no Brasil e no mundo. O crescimento desse mercado com a chegada de novas tecnologias, deve acelerar ainda mais o processo de digitalização a médio e longo prazo”, comenta Thiago.

A maior barreira para essa transformação ainda são os mais de 46 milhões de desbancarizados no país. Para Ingrid Barth, cofundadora do Linker e diretora executiva da ABFintechs, o Brasil é um país de proporções continentais, muito diverso em cultura e necessidades.”Enquanto alguns estão totalmente digitalizados, outros estão desbancarizados, sempre gerando demanda para diferentes tipos de serviços financeiros e tipos de pagamentos, inclusive via dinheiro fisico”, comenta. exemplo recente sobre isso pode ser visto pelos dados da Caixa Econômica Federal (CEF) ao indicar que, cerca de 40% dos brasileiros (24 milhões de pessoas) que estão recebendo o auxílio emergencial de R$ 600, não possuía conta em banco antes da pandemia do novo coronavírus. Um dos maiores desafios será incluir e levar conhecimento sobre as vantagens dessas inovações para todos, sem ignorar a presença dessa parcela tão grande da população que também faz a economia girar “Esperamos e buscamos a maior digitalização possível, porém acabar com o dinheiro físico é bem no longo prazo”, finaliza.