Novembro Azul: Sem medo do toque e quebrando o tabu! 

Para muitos homens pode ser um verdadeiro desafio fazer o exame do toque retal, que é uma investigação precoce do câncer de próstata, o segundo mais comum entre os homens (atrás apenas do câncer de pele não-melanoma). Este mês é dedicado à campanha “Novembro Azul”, que tem como objetivo sensibilizar e conscientizar sobre a importância da prevenção ao câncer de próstata.  

O “Novembro Azul” também busca criar entre o público masculino um hábito de atenção com a saúde de forma constante, durante todo o ano, e não apenas durante a campanha. Historicamente, eles vão menos aos consultórios, o que faz com que muitas enfermidades só sejam diagnosticadas em estágio avançado, dificultando o tratamento e podendo levar a um maior número de óbitos. É o que ocorre com o câncer de próstata. A doença não costuma mostrar sinais até que esteja em estágio bastante avançado.  

A psicóloga e coordenadora do curso de Psicologia da Faculdade Pitágoras, Fernanda Zeidan, explica sobre essa resistência de alguns homens não procurarem o serviço de saúde. “O homem ainda é visto em muitas culturas como um ser que precisa demonstrar força e coragem e, por isso, é preciso desenvolver um trabalho de educação em termos psicológicos, com uma abordagem terapêutica, mostrando que são humanos e, portanto, estão sujeitos a doenças também”, pontua. 

A especialista ressalta que a maioria dos homens ainda resiste a fazer exames preventivos e a buscar o diagnóstico precoce porque associa o cuidado com a saúde a uma demonstração de fraqueza. Dados comprovam a resistência dos homens a procurarem um serviço de saúde.  Segundo o Programa Nacional de Saúde, do Governo Federal, a proporção de mulheres (82,3%) que foram a uma consulta em 2019 foi superior à dos homens (69,4%). 

“É preciso acabar com qualquer tipo de preconceito ou estigma de heroísmo que prejudique a saúde masculina. Para isso, é necessário que haja maior acesso à campanhas de conscientização e informações sobre a doença e troca de experiências entre amigos e familiares, de forma a incentivar o cuidado com a saúde”, orienta.