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Saúde

Mulheres devem priorizar a vacinação para engravidarem

As gestantes e puérperas (mulheres que tiveram filhos há até 45 dias) registram uma taxa de letalidade perante ao coronavírus de 7,2%, mais que o dobro da taxa do país, que é de 2,8%, segundo o Boletim do Observatório Covid-19, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), divulgado em junho. Dados do Observatório Obstétrico Brasileiro indicam um aumento da mortalidade materna semanal por Covid-19 de 328,8% em 2021 em comparação com a média de 2020. Enquanto isso, em relação à população geral, o aumento foi 110,5% na média semanal. Assim, no Dia da Gestante, celebrado em 15 de agosto, é importante orientá-las em relação à pandemia.

De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Goiânia, em 2020 dos 14 óbitos ocorridos em gestantes, 10 foram relacionados à Covid-19. Neste ano, das 25 mortes, 15 têm relação com o coronavírus. Além da maior chance de morte de parturientes, estudo publicado no Oxford Academic, da Universidade de Oxford, no Reino Unido, mostra que há maior possibilidade de complicações. O risco de sepse, conhecida como infecção generalizada, é 14 vezes maior e as chances de precisar de ventilação mecânica são multiplicadas por 13. As probabilidades de ter AVC, insuficiência renal, evento cardíaco adverso e doença tromboembólica também são aumentadas.

As autoridades de saúde recomendam que a gravidez seja adiada neste momento de pandemia. Porém, para as mulheres que não têm essa opção, seja pela idade ou por outros fatores, o ginecologista e obstetra Cláudio Costa, que atende no centro clínico do Órion Complex, ressalta qual a prioridade agora no planejamento de uma gestação. “O primeiro passo antes de engravidar é procurar a vacinação e se imunizar com as duas doses. Se a gravidez não foi planejada deve-se vacinar durante a gestação, só que as opções da vacina diminuem”, ressalta ele sobre as grávidas não poderem ser vacinadas com a AstraZeneca e Janssen, pois são vacinas que usam o vírus ativo.

Segundo a SMS de Goiânia, apenas uma a cada quatro moradoras da cidade que estão grávidas já se vacinaram contra a Covid-19. Das aproximadamente 20 mil gestantes na capital, pouco mais de 4,9 mil (24,5%) procuraram um posto de vacinação para receber a primeira dose e apenas 1,6 mil (8%) completaram o esquema vacinal. “As futuras mães devem se vacinar sempre, é a principal recomendação. Entre as minhas pacientes tenho percebido que o medo da vacina está passando”, ressalta o obstetra Cláudio Costa.

Além da imunização, o médico reforça que as gestantes e as parturientes devem ter os mesmos cuidados de proteção individual que as outras pessoas, como uso de máscaras e álcool em gel, distanciamento social, evitar aglomerações e trabalhar em home office, sempre que possível. Ao longo da pandemia, o especialista revela a percepção que teve com suas pacientes. “Nesse período o grande medo delas gira em torno das incertezas, pois são poucos dados concretos que temos e isso gera ansiedade e preocupação nas grávidas, aumentando a insegurança delas”, relata Cláudio. A orientação geral, em caso de dúvidas, é conversar sempre com seu médico.