Mudanças climáticas bruscas afetam a saúde

O dia amanhece com um ventinho agradável e refrescante , mas horas depois aquele clima aconchegante dá lugar ao ar quente e úmido. Parece até cena de filme, mas, não se engane, essa é a realidade em boa parte do país. 

No Maranhão, por exemplo, os meses de julho e agosto marcam o fim da chamada transição climática, quando o período chuvoso se encerra para dar início ao “verão maranhense”, período marcado pela longa estiagem, que se estende até o fim do ano. E, embora o tempo esteja mais quente, os maranhenses ainda são surpreendidos por pancadas de chuva.

É nesse momento que, com o sobe e desce de temperatura e a alta umidade do ar que surgem doenças e complicações respiratórias, como sinusites, pneumonias, além da incidência de gripes e resfriados. Diante da pandemia do coronavírus, é preciso se ter ainda mais cuidado com a prevenção desses problemas de saúde já típicos do período. “Mudanças bruscas de temperatura costumam baixar a imunidade das pessoas, o que deixa o organismo vulnerável, aumentando o risco de doenças”, comenta Hélio Palácio, médico clínico geral do Sistema Hapvida.

Prevenção

Se não dá para fugir dessas mudanças, o jeito é aprender a lidar com elas. Uma dica importante do médico é ficar vigilante com a hidratação. “Uma boa hidratação, que inclui ingestão de frutas, legumes e verduras com bastante água, é fundamental para melhorar a imunidade, principalmente, se o clima estiver seco. Mesmo não sentindo sede, carregue uma garrafinha de água com você e dê pequenos goles de tempos em tempos”, orienta.

Para manter a saúde fortalecida, outra recomendação é a alimentação balanceada, responsável por elevar a imunidade, criando uma barreira contra complicações decorrentes do sobe e desce de temperatura. “Abacaxi, laranja, mamão, melancia e melão, por exemplo, estão na lista das frutas campeãs da hidratação. Elas possuem mais de 70% de água em sua composição”, revela o professor do curso de nutrição do Centro Universitário Estácio São Luís, Marcos Macedo.

Com as altas temperaturas, junto com o suor excessivo, além da água, perdem-se também sais minerais, que precisam ser repostos, daí o papel fundamental das frutas. “Por isso, a ingestão de três a cinco porções de frutas por dia é uma excelente opção para compensar essas perdas. Por exemplo, uma fatia média de melancia, duas de abacaxi ou três pedaços de melão são ótimas opções de lanche e ajudam a manter o corpo hidratado”, aconselha o nutricionista.

Idosos e crianças

Quando se trata de mudanças na temperatura e a queda da imunidade, os idosos e as crianças costumam ser os mais afetados. “As mudanças de clima são suficientes para deixar esses dois públicos mais expostos às doenças que se proliferam com frequência nesse período”, explica o médico, que recomenda cuidados redobrados para pessoas dessas faixas etárias.

“Tanto os idosos, quanto as crianças, precisam realizar regularmente consultas e check-up médico. Em caso de sintomas insistentes por mais de uma semana, é preciso buscar orientação médica. O diagnóstico precoce é o que pode evitar sérias complicações e salvar”, conclui.