Mudança climática e o surgimento dos problemas respiratórios

O período chuvoso já começou e por conta da mudança de clima, com aumento da umidade relativa do ar, observa-se um crescimento de doenças respiratórias como gripes, resfriados, pneumonia, além do possível agravamento de quadros de bronquite e asma o que requer uma atenção redobrada dos pais, em especial, daqueles com filhos pequenos, mais vulneráveis ao contágio sazonal das viroses infantis.

Artur Filipe, tem 8 anos de idade, e há 5 sofre de rinite alérgica e, recentemente, a mãe do garoto, em uma consulta médica, descobriu que o filho também sofria de asma. Problemas que impedem Artur de levar uma vida normal. “Ele não pode banhar de piscina, brincar em piscina de bolinhas, ter ursos de pelúcia e, às vezes, falta a escola por ter tido alguma crise devido ao ar-condicionado da sala de aula, banhar na chuva, nem pensar. Todos os anos nesse período, a preocupação aumenta”, contou Fernanda Lopes.

A médica infectologista do Hapvida Saúde, Mônica Gama, explica que a questão mais importante nesse momento de períodos chuvosos em que aumentam os números de infecções respiratórias, principalmente, em crianças, é entender que são infecções virais autolimitadas e benignas. A criança na faixa etária de 2 e 3 anos vai ter, pelo menos, mensalmente algum resfriado e isso acaba preocupando os pais.

Se a criança estiver com uma alimentação saudável, bem hidratada, usando soro nasal para manter o nariz limpo, uma higiene ambiental adequada, esses episódios vão ser bem mais limitados e menos impactantes para a criança”. 

Outras medidas preventivas podem ser seguidas como usar roupas adequadas, evitar horários e locais com aglomeração de pessoas como parques e shoppings, limpeza do ar-condicionado, ventiladores e filtros de ar com frequência. Em crianças alérgicas, evitar contato com carpetes e tapetes, por serem mais vulneráveis aos ácaros. 

Para Fernanda, é doloroso ver o filho passando por dificuldades para dormir quando está em crise e, muitas vezes, não podendo brincar e ter comportamento como os coleguinhas da mesma idade. “É um mix de sentimentos, culpa, incapacidade. Nós mães temos a mania de nos sentirmos culpadas até mesmo por coisas e circunstâncias que não dependem de nós”, desabafou.

Tipos mais comuns e sintomas

As viroses mais recorrentes são as respiratórias (adenovírus, rinovírus e sincicial) e as intestinais (rotavírus e astrovírus). Os sintomas das viroses respiratórias podem iniciar com uma inflamação da mucosa nasal, acompanhada de espirros (coriza), que pode evoluir para tosse acompanhada de secreção. Em alguns casos, a criança fica com o corpo febril. No caso das viroses intestinais, os sintomas mais recorrentes são diarreias, febre e vômitos.

Orientação médica

Caso os sintomas persistam, a recomendação é procurar um médico. “Importante buscar ajuda de um profissional de saúde para que o paciente seja avaliado para saber se há necessidade de indicação de investigação, algum exame ou até mesmo, instituir algum tratamento mais específico. Não se automedique, não medique o seu filho sem orientação. Procure o profissional da saúde para que seja bem conduzido”, finalizou a Dra. Mônica Gama.