Maranhense se destaca em voluntariado médico no Vietnã
A acadêmica de medicina Maria Júlia Calheiro Santos Diniz, é maranhense, mas atualmente reside em São Paulo aonde faz faculdade. Ela é filha de Augusto e Patrícia Diniz (leia-se Operadora Maxx), e vivenciou uma experiência riquíssima em aprendizagens não apenas médicas, mas também culturais e humanitárias, e que renderam belas memórias e grandes lições.
Trata-se do programa de voluntário que a jovem realizou durante todo o último mês de julho na cidade de Ho Chi Minh, na parte sul do Vietnã. Lá ela frequentou o hospital de trauma, reabilitação e ortopedia da cidade, conhecido como Benh Vien 1A, no qual teve a oportunidade de aprender muito com mentores e acompanhar de perto a realidade da medicina em um país asiático.
“Antes da pandemia comecei a pesquisar sobre trabalhos voluntários que tivessem uma conexão com o curso de medicina e possibilitasse o exercício das habilidades que venho aprendendo em meu curso. A ideia de ir pro Vietnam surgiu quando eu decidi querer conhecer mais da cultura asiática em um país que necessitasse de voluntários nos serviços médicos” revela Maria Júlia.
Ao chegar no país foi preciso adaptar-se rapidamente à nova cultura, para poder aproveitar ao máximo o tempo dedicado ao voluntariado:
“Acredito que precisei passar por um processo de desconstrução quando cheguei no Vietnã, desfazendo todos os esteriótipos já previamente estabelecidos, e aceitando a cultura de outro povo. Fiz uma verdadeira uma imersão, na qual consegui compreender melhor diversas situações relacionadas com a saúde do paciente em questão” , lembra a voluntária.
A acadêmica de medicina atuou como voluntária nos departamentos de acupuntura, cirurgia ortopédica, fisioterapia, reabilitação, creche das crianças com necessidades especiais, terapia ocupacional e atendimento clínico nos consultórios com enfoque em medula espinhal. O tempo livre foi dedicado a conhecer pontos turísticos como as cidades de Mũi Né, Can Tho (no qual fica localizado parte do Rio Mekong e o mercado flutuante), Cu Chi (cidade da exposição dos Túneis de Cu Chi, relevantes na guerra) e Hạ Long Bay.
Uma experiência simplesmente inesquecível e altamente transformadora, que a tornou mais humana também, afinal, poder fazer algo por um paciente que está passando por alguma necessidade já faz uma grande diferença, e não tem recompensa melhor.
“Para mim o que mais se destacou foram os resquícios da Guerra do Vietnam na sociedade. Ainda existem muitas crianças que nascem com paralisia cerebral como consequência disso e no hospital tínhamos um departamento especial para ajudá-las. Para mim esse foi o momento mais impactante de toda a viagem. E com certeza, o meu olhar para o paciente e meu modo de observar a medicina foram mudados no sentido positivo, sempre buscando a empatia com o próximo”, revelou Maria Júlia.
Já de volta à rotina de estudos em São Paulo, ela segue com as aulas no Centro Universitário São Camilo, onde cursa o quinto período de Medicina. Mas já sonha com a formatura, quando poderá seguir contribuindo com populações em situação de vulnerabilidade social. E estão em seus planos também continuar com os esses projetos de intercâmbio no exterior, além de ajudar a população local em ações de voluntariado.
Para quem pensa em fazer uma viagem de voluntariado, Maria Júlia recomenda fortemente, mas alerta que é preciso estar disposto(a) a sair da sua zona de conforto:
“Acredito que se ao se expor a diferentes culturas, você sai da sua zona de conforto, sempre tendo que procurar soluções para os “perrengues” e amadurecendo com isso. Sem dúvida, é o melhor investimento que você pode fazer em você mesmo! O crescimento pessoal é gigante e cada segundo vale a pena! Voltei com uma carga de conhecimento que vou levar comigo para vida toda” finaliza a maranhense.