Giro de Noticias

Maio Amarelo: Psicóloga analisa o machismo no trânsito e dá dicas para um ambiente mais igualitário

Maio é o mês da campanha que aborda questões sobre segurança no trânsito e usa a cor amarela em referência ao sinal de atenção nos semáforos. De acordo com o Departamento Estadual de Trânsito do Maranhão (Detran-MA), 2023 teve 1.008 acidentes registrados no estado. Em 2024, somente nos primeiros quatro meses do ano, o número ultrapassou 300 casos. 

Além de temas como uso de cinto de segurança, revisão adequada dos veículos e respeito às sinalizações, um ponto importante a análise do machismo, ainda muito presente neste cenário. Apesar das piadas sobre a falta de habilidade das mulheres ao volante, em geral elas são mais cuidadosas que os homens. Segundo dados da Quality Planning, empresa de pesquisa para companhias de seguros, os homens têm 3,4 vezes mais chances de conseguir uma multa por dirigir de forma imprudente e 3,1 mais possibilidades de serem pegos por dirigir embriagados. 

Dados da Secretaria Nacional do Trânsito (Senatran) apontam que o Brasil possui mais de 29 milhões de mulheres habilitadas e, conforme destaca a psicóloga e professora do curso de Psicologia da Faculdade Pitágoras, Wirna Lima, o protagonismo da mulher no trânsito faz parte do desenvolvimento feminino em prol de uma sociedade mais igualitária. “Há, na sociedade, um pensamento arcaico de hierarquia no trânsito, onde homens são vistos como superiores e mais competentes. É necessário a consciência de que o trânsito é espaço múltiplo e o respeito às pessoas e às normas é uma das principais estratégias para prevenção de acidentes”.

A psicóloga ressalta que a educação é fundamental para combater o machismo e a realização de campanhas que estimulem valores como cidadania para todos, é uma forma de coibir toda forma de opressão e violência.

O machismo no trânsito muitas vezes se manifesta de forma sutil, mas impactante. Desde comentários depreciativos sobre a habilidade de dirigir das mulheres até comportamentos agressivos e intimidadores, como assédio verbal ou gestos obscenos, as mulheres frequentemente enfrentam desrespeito e discriminação ao volante. Além disso, estereótipos de gênero também podem influenciar na maneira como as mulheres são tratadas em situações de trânsito, sendo subestimadas em suas habilidades ou mesmo desconsideradas em suas opiniões e decisões. Essa forma de machismo contribui para um ambiente de insegurança e desigualdade nas vias, representando um desafio importante a ser enfrentado na busca por um trânsito mais justo e respeitoso para todos

No Senado Federal está tramitando o projeto de lei nº 1467/2021, pela inclusão do tema “igualdade entre mulheres e homens no trânsito”, em curso de formação de condutores, além do exame escrito para obter a CNH. Outros documentos que refletem sobre questões de gênero e combate às violências também vêm sendo produzidos e divulgados como forma de estimular novos olhares e uma sociedade mais harmônica e justa para todos.