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Festival Dança em Trânsito realizará residência artística com intérpretes maranhenses de dança

Pesquisas, experimentações, vivências e movimento. Esses serão os pilares da residência artística com o artista e coreógrafo Márcio Cunha, que acontece em São Luís no período de 27 de julho a 3 de agosto, às 10h, no Centro Cultural Vale Maranhão – Rua Direita, 149, Centro. A atividade faz parte da programação do Festival Dança em Trânsito, que pelo terceiro ano consecutivo será realizado no Maranhão com ações formativas e apresentação de espetáculos de dança contemporânea nacionais e internacionais.

Márcio Cunha é carioca, pesquisador em dança, performer e artista plástico. Em 2022 esteve em São Luís apresentando o espetáculo Pipoca, na programação do Festival Dança em Trânsito daquele ano. Nesta residência propõe a criação de uma obra original, fruto do encontro com os artistas maranhenses e das vivências com o tambor de crioula.

“Estou muito feliz de ter sido convidado para esse desafio. Acredito demais no encontro e acho importante pensar a partir dos corpos que vivem nesse território. Todo corpo tem história, tem potências e eu quero descobrir a potência desses artistas nessa convergência de comunicação com o tambor de crioula.”, afirmou Márcio Cunha.

A residência artística terá a participação de quatro artistas maranhenses: Stela Pinheiro, Ana Regina Arcanjo, Dante Silva e Calina Rubem. Também participarão do processo criativo os instrumentistas e coreiros Ruy Robson, Barrabas, Rodrigo, Kayodê Belfort e Larianne Freitas.  Dançarinos e músicos apresentarão o espetáculo criado durante o processo nas programações do Festival Dança em Trânsito no Rio de Janeiro, no dia 6 de agosto; e no Maranhão, nos municípios Vitória do Mearim no dia 21 de agosto; em Itapecuru-Mirim, no dia 22; e na capital São Luís, no dia 25 de agosto.

“Vamos pesquisar juntos, visitar espaços de vivências de tambor de crioula, observar os jogos performáticos que existem nessa manifestação popular e buscar respostas para muitas perguntas que estou trazendo comigo. Eu preciso vê-los em movimento para entender que mistura possível, que converse com o tambor de crioula e com o trabalho que realizo, é possível criar aqui a partir desse encontro.”, explicou o coreógrafo.

A bailarina Calina Rubim é uma das intérpretes que fará parte da residência. Ela destaca a alegria de fazer parte da residência e poder mostrar mais da cultura maranhense por meio da dança. 

“Eu estou muito empolgada e fiquei mais feliz quando soube quem seriam os outros artistas, por admirar o trabalho que realizam aqui na ilha.  O mais legal é poder aprender mais sobre a nossa cultura e também levar para outros estados.”, disse Calina Rubim.

A coreira e pesquisadora, Regina Arcanjo, também fará parte do processo criativo. Ela acredita que os movimentos do tambor de crioula proporcionam vários fenômenos transformadores em sua vida.

“Espero  dialogar sobre as dimensões da dança, fomentar a cultura maranhense, difundir novos conhecimentos, dinamizar as complexidades dos saberes, modos de fazer, ser, estar e viver no  ambiente tambor de crioula, pertinentes à forma de expressão-dança do patrimônio imaterial maranhense.” , enfatizou Regina Arcanjo.

Para Giselle Tápias, uma das diretora artística e curadora do festival, essa metodologia é uma possibilidade de ampliar saberes e trocas entre artistas das mais variadas formações e experiências.

“Esse intercâmbio é muito interessante porque permite que artistas que vem de diferentes lugares e experiências possam fazer trocas muito significativas e ricas, o que engrandece o trabalho que realizam, amplia os olhares para as diferentes possibilidades de criação e diversifica o que se tem construído no campo da dança contemporânea. E o público, sem dúvida, também ganha muito com isso.”, opinou ela.

Festival Dança em Trânsito

Em sua 21ª edição, o Dança em Trânsito, um dos maiores e mais abrangentes festivais internacionais de dança contemporânea do país, cresceu ainda mais.

Com realização e produção do Espaço Tápias e direção artística e curadoria de Giselle Tápias e Flávia Tápias, acumula, desde 2002, números superlativos, com mais de mil apresentações em cidades do Brasil e do exterior, envolvendo uma centena de companhias oriundas de 16 países, vistas por mais de 60 mil pessoas.

Esse ano o festival passa por 33 cidades, divididas em três circuitos espalhados pelas cinco regiões do país, até 14 de outubro. Na programação, uma série de ações para a difusão e democratização da dança, que incluem três tipos de residências artísticas – para profissionais com circulação e para amadores para apresentações nas cidadesintercâmbios e valorização do folclore e cultura brasileiraformação e geração de emprego para professores multiplicadoresrodas de conversa oficinas pontuais.

21º Dança em Trânsito é apresentado pelo Ministério da Cultura, através da Lei de Incentivo à Cultura, e conta com patrocínio master do Instituto Cultural Vale e patrocínio da Volkswagen Caminhões e Ônibus e Engie Brasil Energia.

No Maranhão, as apresentações dos espetáculos e as oficinas acontecem em Vitória do Mearim, Itapecuru-Mirim e na capital São Luís, no período de 21 a 25 de agosto. A programação já está disponível no site https://www.dancaemtransito.com.br/maranhao.