Em Alcântara, entidades empresariais do MA apresentam primeiros resultados do programa de desenvolvimento para o centro espacial
Transformar Alcântara para receber os investimentos e projetos relacionados ao Centro Espacial e direcionar o potencial social e econômico do centro de lançamento para a cidade e para a população. Esse é o principal objetivo do Programa de Desenvolvimento Integrado (PDI) para o Centro Espacial de Alcântara (CEA), que teve seu primeiro ciclo de resultados apresentado nesta quinta-feira, 26, para a comunidade alcantarense No Encontro Empresarial, promovido pelas entidades FIEMA (SESI e SENAI), Fecomércio (SESC e SENAC), FAEMA (SENAR), ACM e SEBRAE, o intuito foi aproximar as entidades dos empresários da região, de forma a discutir como poderão contribuir para esse novo momento do projeto. Próximo passo é apoiar Alcântara para alavancar seu ciclo produtivo rumo à rota do desenvolvimento.
Os representantes da FIEMA, SESI e SENAI, Edilson Baldez das Neves e Luiz Fernando Renner, Diogo Lima e Raimundo Arruda, respectivamente, da Fecomércio, SESC e SENAC, Maurício Feijó, Rutineia Amaral e Ahirton Batista, da FAEMA e Senar, Raimundo Coelho e Antônio Figueiredo, da ACM, Cristiano Fernandes, e do SEBRAE, Celso Gonçalo e Albertino Leal, apresentaram os primeiros resultados das ações desenvolvidas pelas entidades empresariais dentro do PDI. O presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), Carlos Moura, e o Tecnologista da AEB, Cristiano Trein, participaram do evento e fizeram explanações sobre o programa. O encontro empresarial contou com a participação do diretor do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), coronel-engenheiro, Fernando Benitez Leal, do prefeito de Alcântara, Nivaldo Araújo de Jesus, do prefeito de Pinheiro, Luciano Genésio, do secretário de Estado de Indústria e Comércio, Cassiano Pereira Junior, que representou o governador do Maranhão, Carlos Brandão, entre outras autoridades.
O presidente da FIEMA, Edilson Baldez, abriu o evento representando todas as entidades empresariais para entregar à comunidade o trabalho conjunto realizado pelo setor privado, a partir do Grupo Pensar o Maranhão, coordenado pelo vice-presidente da FIEMA, Luiz Fernando Renner. “Essa é uma primeira prestação de contas. Havia a necessidade de preparar as pessoas de Alcântara para se integrarem a esse grande projeto. E é para isso que, nós, entidades empresariais, estamos aqui, para apresentar essa primeira etapa realizada. Daqui pra frente, precisaremos implementar esse projeto. Esse trabalho é para todo o país. O CLA e a cidade de Alcântara são do Brasil e não apenas do Maranhão”, disse Baldez.
Para o presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), Carlos Moura, os desafios para preparar a região para os investimentos que estão por vir são inúmeros nas áreas de infraestrutura, turismo, saúde, e por isso a parceria público-privada, a participação das entidades empresariais e a integração da sociedade de Alcântara é fundamental em todo esse processo. “Essa iniciativa da FIEMA e de todo o Sistema S de vir aqui, se comunicar com a comunidade é essencial, porque a gente vai traduzir, de certa forma, tudo aquilo que foi colocado no planejamento, no PDI. Vamos mostrar a eles quais são os principais pontos de engajamento da comunidade. O que eles têm que fazer para tirar aquilo do papel e, realmente mudar a realidade alcantarense. Os desafios já estão aí, já têm empresas chegando, precisando se instalar, se comunicar, comer, é uma série de coisas que nós precisamos fazer, e somos nós, aqui. Não é gente de fora que vai resolver esse problema”, ressaltou o presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), Carlos Moura.
Segundo a AEB, a realização do potencial do CEA depende do estabelecimento de condições adequadas no município de Alcântara e em seu entorno. Esse processo inclui o desenvolvimento de infraestruturas logística, urbana, socioeconômica e de apoio às atividades espaciais. Além disso, deve contemplar capacitação de mão de obra, desenvolvimento de competências e fomento a cadeias de valores sinérgicas, principalmente no que diz respeito à estruturação de serviços locais e de acolhimento a visitantes ao município. Destacam-se, entre as necessidades de infraestrutura: aeroporto civil, porto para cargas, terminais portuários de passageiros, instalações de hotelaria e de alimentação, distrito industrial, zona residencial, centros de pesquisa e de desenvolvimento tecnológico, centros de qualificação profissional. Adicionalmente, o município de Alcântara deve ordenar seu território para os desdobramentos que o CEA carrega.
Na apresentação Cristiano Trein, tecnologista da AEB, destrinchou o PDI, criado de forma a contemplar o atendimento de toda essa gama de necessidades. “Surgiu a necessidade do PDI-CEA, que é o território, organizar as atividades, organizar o ambiente para que possa florescer aqui, a atividade espacial”, afirmou Trein, falando da abrangência do programa espacial. “É muito maior do que isso, é desenvolvimento do país e de uma série de questões, como capacitação, formação de recursos humanos, saneamento básico, saúde e outras vertentes. Tudo isso precisa acontecer para que haja as condições de o programa espacial dar o próximo salto de qualidade, que é desenvolver o CEA, Centro Espacial de Alcântara como um centro comercial, que se abra pro mundo. É transformar o CEA num vetor de desenvolvimento para toda a comunidade, envolvendo diversas políticas públicas”.
AÇÕES PARA O DESENVOLVIMENTO DE ALCÂNTARA – As ações do Sistema S são inúmeras no município de Alcântara. O SESI, especificamente, contabiliza diversas ações no município de Alcântara, totalizando mais de 20 mil atendimentos na sede e nas comunidades Peru, Marudá, Peroba, Cajueiro, Pepital e Oitiua. Desse resultado, 10 mil atendimentos foram focados na área de saúde, e os demais nas áreas de qualidade de vida, educação, cultura e recreação, capacitação e promoção da saúde. Com o serviço de vacinação, o SESI esteve presente no marco histórico de Alcântara como a primeira cidade do Brasil imunizada contra a covid-19.
O superintendente regional da entidade, Diogo Lima, reforçou que o SESI inaugurará uma unidade em Alcântara, uma estrutura moderna com salas de aula, laboratórios, área clínica de saúde, tanto a ocupacional quanto a odontológica, contemplando, ainda, um espaço para reuniões do setor empresarial. “Será o lastro de todo a atividade do Sistema S na cidade, demonstrando o compromisso do Sistema Indústria com o desenvolvimento de Alcântara, que é um processo não só desse município do Estado do Maranhão, mas de todo o Brasil”.
Já o SENAI desenvolveu perfis profissionais em Alcântara, promovendo cursos de qualificação profissional e aperfeiçoamento profissional nas áreas de gestão, vestuário, elétrica, mecânica e construção civil, entre os anos de 2021 e 2022. Foram 20 turmas e 340 alunos capacitados. “A próxima etapa consiste em iniciar novas turmas para a população local, ampliando o portfólio para cursos na área de energias renováveis, com vistas à transição energética”, afirmou o diretor regional do SENAI, Raimundo Arruda.
Durante o Encontro Empresarial, o presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae, Celso Gonçalo, e o diretor superintendente, Albertino Leal, apresentaram ações em desenvolvimento para os mais de 500 pequenos negócios atuantes no município, e anteciparam ações que visam, entre outros objetivos a melhoria do ambiente legal, aumento do volume de compras públicas e da formalização de empresas, além de capacitações empresariais. “Aqui formalizamos também a adesão da Prefeitura de Alcântara ao terceiro ciclo do Programa Cidade Empreendedora, que certamente vai potencializar as oportunidades na região”, acredita o superintendente Albertino Leal. “E demos o pontapé inicial pra construção da nova sede do Sebrae em Pinheiro, que vai ampliar e melhorar nosso atendimento em toda a região da Baixada e Litoral Ocidental Maranhense”, completou o presidente do Conselho, Celso Gonçalo.
As ações voltadas para o setor comercial foram apresentadas pela Fecomércio. O SESC realizou 837 exames pelo projeto SESC Saúde da Mulher, sendo 463 mamografias e 374 preventivos, além de 854 participações nas ações educativas. E anunciou, para 2023, formação para agentes culturais com foco na memória do patrimônio, visando contribuir no trade turístico e promover a geração de renda no município. Já o SENAC, contribuiu com o programa inserindo ações de formação profissional com vistas ao desenvolvimento da cadeia de serviços locais. Foram sete turmas e 149 matrículas efetivadas em cursos nas áreas de alimentação, gestão e vestuário. Para 2023, a proposta é investir nos segmentos de gastronomia, moda, hospedagem, entre outros, com ênfase à empregabilidade e empreendedorismo local.
“Realizar o Encontro Empresarial foi fundamental para que os empresários da região conheçam as ações realizadas pelas entidades, visando potencializar o desenvolvimento socioeconômico da região”, destacou o presidente do Sistema Fecomércio, Maurício Feijó.
Entre as ações desenvolvidas pela Associação Comercial do Maranhão (ACM-MA), destacou-se as discussões para a reativação da associação comercial de Alcântara, com prestação de consultorias e análise de estatuto. “Tomamos a decisão de montar uma nova associação empresarial, que vai servir de porta para todos os empresários que aqui estão e também a todos que virão, dando maior legitimidade e fazendo um trabalho colegiado, de discussões, de desenvolvimento da cidade, e consequentemente o desenvolvimento desses empreendedores que aqui estarão, de uma forma mais organizada, levantando algumas demandas, e com isso, que a gente possa desenvolver algumas ações tanto da parte de capacitação empresarial, de consultorias, como tudo aquilo que está ligado ao desenvolvimento do empresariado local”, avaliou o presidente da entidade, Cristiano Fernandes.
Já na área rural, a FAEMA e o SENAR investiram um volume de recursos na ordem de R$ 131 mil reais, realizando 11 cursos envolvendo as cadeias produtivas da suinocultura, gestão da propriedade rural e, também, na área de artesanato. A partir de fevereiro, estão previstas novas capacitações na área rural, treinamentos, para a melhoria das atividades produtivas locais, envolvendo as cadeias produtivas da fruticultura, mandiocultura, horticultura e apicultura, além de ações de promoção social, produção de alimentos e artesanato.
A empresária do ramo de alimentação de Alcântara, Célia Queiroz, considera o diálogo com as entidades empresariais e com o CLA de suma importância para o crescimento dos negócios instalados na região. “Acreditamos que esse projeto possa gerar muito trabalho. A gente acredita no futuro de Alcântara e um momento como esse é de grande importância, pois a gente tem informação, tem promessa e estão aqui, todas as pessoas e entidades que podem nos ajudar para que o futuro de Alcântara seja bem melhor daqui pra frente”.