Elenco e diretores de Travessia dão detalhes sobre gravações no Maranhão

Com menos de um mês para a estreia da nova produção criada por Gloria Perez, a equipe de Travessia contou sobre como foi importante viajar para o Maranhão para gravar a novela. O diretor de arte, Mauro Mendonça Filho, começou falando sobre o desejo de trazer uma identificação para os maranhenses:

– Quando a gente fala do maranhão, primeira coisa que a gente gostaria é sair um pouco do clichê. O clichê bastante sulista e sudestino de colocar o nordeste como se fosse uma coisa só, o nordeste é absolutamente diferente em todos os seus estados, principalmente o Maranhão. Tem uma cultura absolutamente diferente, a gente quer que a novela seja muito representativa pro povo, que os maranhenses realmente se reconheçam ali. Então a gente precisa absorver a cultura local e ser autêntico, que a gente consiga mostrar as diferenças desse Brasil gigante, que estamos sempre redescobrindo.

Lucy Alves complementou o pensamento do diretor. Para ela, ir ao estado para gravar a personagem foi fundamental. Porque a fez notar paisagens e pontos que nunca tinha reparado antes em outras passagens pelo Maranhão:

– Estar em São Luís, em Atins, foi muito especial e diferente, porque a gente pôde se aprofundar. Eu tive a oportunidade de conhecer um pouco mais da cultura local, de estar com Coreiras, como a Carla Coreira [dançarina], de presenciar o momento de afinação dos tambores, da comida, desse misticismo, dos personagens [maranhenses] todos. Maranhão é um lugar cheio de história, cheio de fantasia, tem um clima diferenciado. Então, foi muito importante para minha personagem. Apesar de ser nordestina e já ter ido a São Luís, eu não tinha visto desta forma.

Falando sobre a diferença cultural de São Luís, no Maranhão, Drica Moraes contou tudo que aprendeu com o livro Defeito de Cor, de Ana Maria Gonçalves:

– Eu tinha muita curiosidade pelo maranhão, mesmo já tendo ido, depois de ler o Defeito de Cor [livro] da Ana Maria Gonçalves você vê que ali em 1800 teve um dos maiores quilombos existentes no Brasil. Então, eles trouxeram uma sabedoria muito ligada a saberes que não são documentados, eles eram grandes matemáticos, grandes conhecedores do rio, isso traz uma diferença para cultura do Maranhão.

Mauro Mendonça afirmou que essa experiência foi muito boa para toda a equipe, trazendo uma união maior e que é sempre bom viajar com o grupo. Ele ainda disse que eram uma trupe muito engraçada nas gravações.

Fonte: Estrelando