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Documentário Fio de Afeto terá exibição gratuita no Centro Cultural Vale Maranhão, em São Luís

Produzido pela Giros Filmes, o documentário revela as histórias de Irene, da aldeia Gavião, no município maranhense de Amarante; e de Gilmara, Domingas, Eliana, Jaqueline, Josie, Valdirene e Vânia, artesãs de diversas regiões do país e participantes emblemáticas do projeto Máscara Mais Renda, fruto da parceria entre Rede Asta e Fundação Vale. O projeto apoiou 2 mil mulheres brasileiras a usarem suas experiências de vida e habilidades para contribuírem no combate da pandemia de covid-19 por meio da confecção e doação de máscaras de tecido. Com perfis variados e muito representativos da realidade socioeconômica de suas comunidades e regiões, essas mulheres mostram como o investimento social planejado, em parceria, com foco na formação de redes têm efeitos relevantes e duradouros envolvendo geração de renda, proteção das famílias, combate à violência doméstica, autocuidado e saúde mental.

As histórias das protagonistas são costuradas no filme por três ilustres brasileiras. Heloisa Buarque de Hollanda fala sobre os muitos feminismos possíveis, conta a história recente da luta pela igualdade de direitos entre os gêneros e anuncia a chegada da quarta onda feminista – a mais revolucionária de todas, que será preta, indígena, comunitária. Zezé Motta interpreta textos de Conceição Evaristo, escritora que em suas linhas tece histórias de ancestralidade, de resistência por meio do afeto e da luta, da relação visceral entre mães e filhas, dos muitos lutos impostos às mulheres pretas brasileiras. Cada palavra de Conceição, na voz de Zezé, se relaciona às trajetórias das personagens e exalta as mulheres que vieram antes delas, suas conquistas e seus legados.

A narrativa sobre o feminismo contada por Heloisa Buarque de Hollanda traz o papel e a importância das redes de solidariedade, e mesmo da costura e do bordado, na vida de muitas brasileiras. “Os bordados dizem muito, tem muito do território sendo desenhado em volta e o bordado também é uma coisa de um nó segurando em outro nó, que segura em outro nó. (…) O que é importante no bordado é essa corrente, ele é um canal de comunicação absurdo”.

Fio do Afeto, documentário, 72′, direção de Bianca Lenti

Data: 28/02

Horário: 19h

Local: Centro Cultural Vale Maranhão – Rua Direita, 149, Centro Histórico – São Luis – MA

Após a exibição do documentário, haverá uma roda de conversa

SINOPSE CURTA

Milhares de brasileiras transformaram suas vidas e contribuíram para o combate à pandemia de covid-19 graças a um projeto social que permitiu a formação de uma rede solidária de confecção e doação de máscaras. O filme revela como oito dessas mulheres, entre as quais quilombolas, indígenas, ribeirinhas e de grandes centros urbanos, encontraram soluções para superar os desafios sociais, políticos e econômicos causados pela pandemia. Fio do Afeto, documentário, 72′, direção de Bianca Lenti (RJ).

FICHA TÉCNICA

Direção – Bianca Lenti

Produção Executiva – Bianca Lenti, Belisario Franca e Maurício Magalhães Direção de Produção – Olivia Buarque

Direção de Fotografia – Lucas Freitas, Edu Freire, Fernanda de Sena, Fernando Solidade Montagem – Tatiana Gouveia

Pesquisa – Carolina Ribas

Participação especial – Zezé Motta e Heloísa Buarque de Hollanda

SOBRE A DIRETORA – BIANCA LENTI

Diretora, roteirista e produtora criativa na Giros Filmes, Bianca Lenti supervisiona a criação e o desenvolvimento de histórias, bem como a direção geral de produções para diversos canais e plataformas de streaming. Acumula em seu currículo produções para HBO, Universal TV, Rede Globo, GNT, Globo News, History Channel, Canal Brasil, entre outros, bem como os roteiros dos premiados longas documentais Menino 23 e Amazônia Eterna. Bianca assina a produção criativa de diversas séries e longas de dramaturgia, já tendo supervisionado mais de 20 salas de roteiro, entre elas Baile de Máscaras, Queimamufa!, Revolta dos Malês, Jungle Pilot e Billy Catarina, bem como a direção do longa doc Apenas Meninas (HBO e HBO Max) e de séries como Amazonita (Zoomoo) e Matizes do Brasil (Curta).

SOBRE O PROJETO “MÁSCARA MAIS RENDA”

Lançado em 2020 para criar oportunidades de protagonismo e autonomia financeira a mulheres em meio à pandemia, o Máscara Mais Renda apoiou cerca de 2 mil costureiras e artesãs em todas as regiões do país. Fruto de uma parceria entre a Rede Asta e a Fundação Vale, além de 20 empresas e instituições, a iniciativa gerou R$ 5,5 milhões em renda para as mulheres participantes.

As costureiras e artesãs produziram mais de 3 milhões de máscaras que foram doadas para cerca de 1.000 organizações sociais. Os itens foram distribuídos para territórios em situação de vulnerabilidade social e comunidades indígenas e quilombolas em todo o Brasil. Além de promover a inclusão produtiva de mulheres – que, de acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), são responsáveis pela renda de 45% dos lares no Brasil –, a iniciativa contribuiu para a cultura de prevenção da Covid-19.