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Diálogos do Babaçu reúne atores da cadeia em São Luís-MA

Com o objetivo de estimular a cooperação e diálogo permanente de conhecimentos para articulação e construção de soluções para melhoria da cadeia do babaçu no Maranhão, a Agência de Cooperação Técnica Alemã – GIZ em parceria com poder público, empresas, prestadores de serviço, instituições de pesquisa e ensino e iniciativas de empreendimentos comunitários realizam, nos próximos dias 25 e 26, o “Diálogos do Babaçu” no hotel Brisa Mar, em São Luís-MA. Entre os temas centrais para discussão estão organização social da agricultura familiar e abordagem territorial, inovação social e agregação de valor, comercialização e políticas públicas de apoio à cadeia.

O evento é coordenado pela GIZ com a participação da Embrapa Cocais, Fundação Vale, WWF Brasil (Cerrado Vivo), Secretaria Estadual de Direitos Humanos e Participação Popular (SEDIHPOP), Secretaria de Estado da Agricultura Familiar (SAF), Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), Instituto Sociedade População e Natureza (ISPN) e Central do Cerrado.

Da Embrapa, dois pesquisadores estarão presentes. A chefe de transferência de tecnologia da Embrapa Cocais e líder de projetos sobre alimentos com babaçu, Guilhermina Cayres, vai realizar palestra “Oportunidades para inovação social no Maranhão” durante as mesas temáticas. Para conhecer o trabalho de inovação social realizado pelo Embrapa no Maranhão acesse Mulheres do Babaçu – YouTube. O pesquisador da Embrapa Amazônia Oriental Roberto Porro vai ministrar palestra sobre “O extrativismo do coco babaçu: situação atual e perspectivas”.

Segundo Westphalen Nunes, representante da Agência alemã de cooperação internacional – GIZ no Maranhão, o evento vai propiciar a discussão sobre os principais desafios e oportunidades na cadeia do babaçu e ações necessárias com foco na intercooperação entre organizações comunitárias para acesso às políticas públicas, serviços e aos mercados; criar uma agenda com ações prioritárias para o fortalecimento da cadeia no estado; articular as ações definidas na agenda com as políticas estaduais e federais de promoção dos produtos da sociobiodiversidade; engajar empresas privadas para apoio ao processo de comercialização dos produtos do babaçu; e criar um conjunto de recomendações para os atores.

Babaçu no Maranhão – A palmeira babaçu é provedora de diferentes produtos que compõem a economia extrativista de milhares de famílias, principalmente nos Estados do Maranhão, Tocantins, Pará e Piauí. O Maranhão é o estado brasileiro com maior ocorrência natural da palmeira babaçu. O principal produto extraído dessa palmeira e que possui maior valor mercantil e industrial, são as amêndoas, da qual se obtém um nobre óleo, rico em ácido láurico. Segundo Porro, além das amêndoas, diversos produtos derivados da palmeira de babaçu que não são contabilizados em estatísticas oficiais, como por exemplo, o carvão (obtido a partir da casca do coco), o azeite, sabão, mesocarpo, bebida tipo leite, palha, entre outros, são de grande relevância para o consumo e composição da renda para as famílias extrativistas. Historicamente, o Maranhão sempre liderou a produção nacional de amêndoas. Entretanto, comparando os dados do Censo Agropecuário de 2006 e 2017, é possível constatar uma diminuição significativa do número de estabelecimentos envolvidos no extrativismo do babaçu, no Estado do Maranhão, de aproximadamente 58.429 para 15.491 estabelecimentos. Da mesma forma, a produção de amêndoas declina de 150 mil toneladas para aproximadamente 17 mil toneladas.