Dia do trigo: descubra como o segundo tipo de alimento mais consumido do mundo conquistou o mercado cervejeiro
Cultivado há mais de oito mil anos, o trigo é um grão utilizado para fazer farinha e é consumido no mundo todo. Por ser extremamente importante na alimentação humana, ele até ganhou um dia em sua homenagem: dia 10 de novembro. Seja nas massas, biscoitos ou bolos, ele faz parte da vida dos brasileiros, além de ser o segundo tipo de alimento mais consumido do mundo.
Esse ano, a produção de trigo no Brasil deve chegar em 6,3 milhões de toneladas, de acordo com a consultoria Safras & Mercado. No ano passado, foram colhidas 5,15 milhões de toneladas. O grão, além de ser utilizado em diversos alimentos do dia a dia, também pode ser encontrado em uma bebida que é a paixão nacional de muitos consumidores. Sim, estamos falando da cerveja, ou melhor dizendo, das Weissbiers, que são as cervejas normalmente elaboradas com malte de trigo e malte de cevada.
A história da cerveja de trigo começou na Alemanha, com uma família nobre da região da Baviera, no século XV. “Os Degenberg foram os responsáveis pela popularização da Weissbier na região, porém, como eles estavam faturando muito com esse estilo, os duques locais se sentiram incomodados e acabaram conquistando os direitos de produção da cerveja de trigo”, explica Alexandre Vaz, mestre cervejeiro da Ashby.
Weiss em alemão significa branco e bier significa cerveja, sendo que na maioria das vezes as cervejas de trigo não são filtradas e as leveduras permanecem na garrafa após seu trabalho excepcional. “Geralmente as cervejas de trigo possui teor alcoólico entre 5% e 7%, e, para ser considerada uma cerveja especial de trigo no Brasil, ela precisa ter no mínimo 50% de malte de trigo e o restante de malte de cevada, e até mesmo as Witbiers e Belgian ales também levam trigo em sua composição, além de outros cereais como a aveia e o centeio, ressalta Vaz.
No Brasil, as cervejas de trigos se tornaram populares em meados dos anos 90, com a popularização das cervejas especiais. A Ashby, conhecida como a primeira micro cervejaria do país, e que foi fundada em 1993, foi uma das marcas que colaborou para que o estilo se tornasse cada vez mais conhecido entre os brasileiros. “A Weiss é ideal para quem gosta de sabores mais adocicados, pois é uma cerveja de trigo forte ou , com amargor bem suave, além de notas de cravo e banana”, diz o mestre cervejeiro.
Para quem quer vivenciar uma verdadeira experiência gastronômica, uma cerveja Weiss harmoniza muito bem com Casquinha de Siri, Comida Alemã e Peixe Frito. “A cerveja de trigo também deve ser servida em um copo Weizen, que, por ser grande (pelo menos 500 ml), é um copo feito justamente para apreciar uma Weiss e para que você sirva a garrafa inteira e aproveite essa experiência de forma completa”, finaliza Vaz.
Sobre a Ashby
Foi no ano de 1993 que Scott Ashby, americano que chegou ao Brasil em 1992, decidiu montar, na cidade Amparo, SP, a primeira Micro Cervejaria do Brasil, a fim de trazer ao país o conceito de cervejas especiais dos EUA. Scott, Doutor em Física, apaixonado por cervejas, ingressou no curso de Mestre Cervejeiro na Universidade da Califórnia no ano de 1990 e, logo em seguida, começou a trabalhar na cervejaria americana Wasatch, onde permaneceu por dois anos. Antes disso, Scott já era homebrewer e produzia cervejas para seus amigos, que rapidamente consumiam toda a produção caseira.
E a diferenciação da empresa já começou quando pensou em montar uma fábrica na cidade de Amparo, SP, circuito das Águas Paulistas. Como essas bebidas são compostas por 90% de água, a qualidade desta na fabricação é extremamente relevante. Por isso, a Ashby, escolheu estrategicamente o melhor lugar para suas instalações. As águas de Amparo, além de conservar a pureza que brota da terra, têm um equilíbrio excelente entre sais e minerais tornando-a perfeita para a fabricação de chopes e cervejas de qualidade ímpar.
Foi graças à Ashby que o cenário do mercado nacional começou a experimentar um novo conceito de cervejas diferenciadas, o que antes era privilégio para poucos.