Conexão Cultural ajuda a reduzir dificuldades enfrentadas por artistas maranhenses durante pandemia

“Para além do fazer artístico existe um cidadão economicamente ativo”, destaca o músico e produtor maranhense João Simas, um dos artistas maranhenses contemplados no Conexão Cultural, medida encontrada pela Secretaria de Estado da Cultura (Secma) para fomentar e manter o segmento ativo, mesmo com a pandemia do novo coronavírus.

Guitarrista versátil, João Simas já tocou com grandes nomes da música local e nacional, como o duo Criolina, Flávia Bittercourt, Duda Beat, Di Melo e até mesmo com o “eterno Novo Baiano”, Moraes Moreira, que faleceu no último dia 13 de abril.

Mas o isolamento social não poupou nem mesmo artistas experientes como Simas. O músico viu uma rotina de shows subitamente desaparecer nos primeiros meses de 2020.

“A minha classe foi uma das primeiras a parar por lidar diretamente com o público, e na maioria das vezes, público aglomerado. E por isso acho que seja uma das últimas a retomar suas atividades”, lamenta.

Simas foi selecionado na segunda chamada do Conexão Cultural, que em dois editais contemplou aproximadamente 650 artistas maranhenses, das mais variadas vertentes, como grupos de samba, forró, bandas de rock, contadores de estórias, dançarinos, atores, entre outros.

Até o próximo dia 31 de maio, o Conexão Cultural exibe cinco apresentações por dia, com performances ao vivo (lives) ou em mídia gravada pelos artistas selecionados. As lives são transmitidas pelo Instagram (@cultura.maranhao) e as já exibidas podem ser vistas a qualquer momento no canal ‘Cultura do Maranhão’, no YouTube.

“É uma iniciativa importante em um momento muito delicado, de incertezas e inseguranças, tanto emocionais, sociais, como financeiras”, ressalta João Simas.

“A música gera muitos empregos”

Com quase 30 anos de carreira, o músico Tom Cleber também participou do segundo edital. Natural de São João dos Patos (MA), o músico estourou nacionalmente em 2003, com o álbum ‘Tom Cleber- Voz e Violão’. Ele elogiou o programa estadual e decidiu que vai doar o cachê em cestas básicas.

Tom Cleber ressalta a complexa cadeia produtiva em torno dos palcos, que cria dezenas de trabalhos diretos e indiretos, como ele mesmo gera com os músicos de sua banda.

“Achei uma atitude bastante louvável, porque se a gente for analisar é o grande número de pessoas que dependem da música e agora estão todos aí parados. Em qualquer cidade tem alguém que sobreviva da música. Isso é fato! A música gera muitos empregos”, avalia Tom Cleber.

“A pandemia impediu todos os meus projetos”

Em Imperatriz, no Sul do Maranhão, o fotógrafo, diretor, cantor e compositor Jefferson Carvalho já tinha preparado vários trabalhos para este ano, mas o surto de Covid-19 atrapalhou seus planos.

“A pandemia impediu todos os meus projetos e todos os meios de conseguir renda”, disse Jefferson. Para o artista imperatrizense, por enquanto a saída está “100% na internet”. Ele vê o Conexão Cultural como um projeto “extremamente necessário” e aproveita a oportunidade para expor um pouco mais do seu atual trabalho musical, que tem influências do Pop, R&b, Soul e Reggaeton.

“Tem sido muito difícil pra gente. Assim como eu, muitos artistas precisam e dependem da noite para manter a casa e a família. Esse edital tem dado um suporte e eu fico muito feliz”, comemora Jefferson Carvalho.

A segunda chamada do Conexão Cultural previa apenas 50 vagas, mas por determinação do governador Flávio Dino, o Governo do Maranhão garantiu a inclusão de todos os artistas e produtores culturais inscritos no edital.