Caravelas: perigo escondido no mar

Em épocas em que as temperaturas são mais elevadas, o banho de mar é a solução para os ludovicenses. Considerado o segundo maior litoral do Brasil contando em linha reta, o litoral maranhense conta com mais de 640 km de extensão. Em dias mais quentes, são as praias o destino de muitos. Mas as águas refrescantes do mar escondem um perigo: as caravelas. 

De setembro a janeiro, época do ano, onde os ventos são mais fortes, é possível se perceber uma incidência maior das famosas caravelas, popularmente conhecidas como águas-vivas, nas praias de São Luís. O aparecimento desses animais geralmente ocorre quando a maré está enchendo devido ao deslocamento constante da correnteza. 

Apesar de aparentar indefesas, as caravelas causam queimaduras na pele de quem toca e as principais vítimas são banhistas, principalmente crianças. “Esses animais são formado por um estrutura circular com tentáculos, que contam com células que liberam substâncias ao contato com a pele que atuam envenenando. Por isso o termo correto é envenenamento e não queimadura. Em contato com a pele, estas toxinas causam lesões avermelhadas e até bolhas, devido a irritação da substância liberada”, explica a dermatologista do Hapvida Saúde, Michele Moreno.

Como agir?

Muitas pessoas atingidas pelas caravelas tendem a limpar a região atingida com água doce, mas a dermatologista alerta que essa prática é errada. “A água doce vai facilitar a liberação das células que ainda contém o veneno, aumentando a necrose, queimação e potencializando a dor”, alerta. “O ideal é usar compressas de água salgada gelada e banhos com vinagre, que vai ‘travar’ a liberação dessas células com veneno na pele”, ensina. “Nunca passe água doce e nenhuma outra substância, como bebida alcoólica ou urina”, destaca a especialista.

Segundo a especialista é fundamental que após tratada a região no local, o paciente busque um atendimento médico. “Em alguns casos, mesmo após a aplicação do vinagre ou água salgada, a dor é persistente em alguns pacientes, nessas situações o recomendado é buscar atendimento médico especializado para realizar o controle da dor e evitar sequelas como cicatrizes”, recomenda. 

Alerta

A água-viva pode queimar até 6 horas depois de morta e, se colocada dentro da água, ainda depois de morta, pode queimar até 24 horas. Por isso, não se deve tocar, mesmo que pareçam mortas na areia. 

Fique de olho: águas-vivas não atacam as pessoas, os acidentes acontecem quando por algum motivo, encostam-se nos banhistas e, neste momento, liberam substâncias na pele que causam o envenenamento.