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Armadilhas da dependência emocional: reconhecendo os sinais

Como saber se sou emocionalmente dependente de alguém? De acordo com especialistas, a dependência emocional é um fenômeno complexo, em que uma pessoa precisa da outra para satisfazer suas necessidades emocionais de amor, aprovação, segurança e autoestima. Engana-se, porém, quem pensa que a dependência emocional acontece apenas em relacionamentos amorosos: também pode existir em amizades, relações de trabalho e até mesmo na família. Por isso, reconhecer algumas características e comportamentos associados à dependência emocional é o primeiro passo para a mudança.

A psicóloga da Hapvida NotreDame Intermédica, Débora dos Santos, explica que a dependência emocional não é uma doença ou transtorno, mas sim uma condição. “Podemos dividir essa dependência em duas esferas: tanto como um traço de personalidade, em que a pessoa já possui esse comportamento característico; e também pode estar relacionada à dinâmica de algumas relações, como em casos que antes de um relacionamento a pessoa era assertiva, tomava suas próprias decisões e durante a relação se torna dependente do outro”, afirma. 

A profissional ressalta que, no traço de dependência, é possível perceber que todos os relacionamentos afetivos ou sociais do indivíduo são afetados. A origem do comportamento pode estar na infância. “Em geral, os dependentes emocionais podem ter tido, na infância, pais superprotetores ou negligentes. É preciso entender que os pais são arquitetos da autoestima e confiança da criança no futuro. Então, quando há casos de bater, xingar ou gritar com os pequenos, a longo prazo eles desenvolverão crenças disfuncionais de desamor, desamparo e desvalor”, explica.

Débora dos Santos explica, ainda, que a baixa autoestima também é uma característica comum entre aqueles que são emocionalmente dependentes, uma vez que frequentemente eles duvidam de seu próprio valor e buscam validação externa de sua autoestima. “Além disso, esse estado pode levar a sentimentos intensos de ciúmes e insegurança nos relacionamentos, já que a pessoa teme constantemente perder a pessoa de quem depende”, pontua.

Dependentes emocionais, de acordo com a psicóloga, podem ainda se envolver em relacionamentos abusivos, tóxicos e manipulativos, muitas vezes justificando o comportamento prejudicial do parceiro. “Essas relações são baseadas no medo e na coerção, ao contrário de um relacionamento saudável que tem como base a confiança mútua. Mas antes de estar em qualquer relação, é preciso estar bem sozinho: investir no crescimento pessoal, por exemplo, estabelecendo metas e interesses próprios, pode ajudar a aumentar a autoestima e reduzir a dependência”, finaliza.