Almoço do trabalhador custa R$ 51,91 em São Luís
O trabalhador de São Luís gasta, em média, R$ 51,91 para almoçar fora de casa. É o que aponta a pesquisa “Preço Médio da Refeição Fora do Lar” da Associação Brasileira das Empresas de Benefícios ao Trabalhador (ABBT). O estudo foi realizado em 51 cidades brasileiras, mais o Distrito Federal, entre fevereiro e abril de 2022.
A pesquisa é feita em estabelecimentos que aceitam o benefício-refeição como forma de pagamento e volta a ser realizada após dois anos de interrupção por conta das restrições impostas pela pandemia de covid-19. O cálculo prioriza o que o Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT) considera como refeição ideal: prato, bebida (refrigerante, água ou suco), sobremesa e café.
Em São Luís, o aumento foi de 41% em relação à última pesquisa, realizada em 2019, período pré-pandemia. O valor está mais alto que a média nacional, de R$ 40,64. O valor desembolsado nacionalmente ficou 17,4% acima do apurado no estudo anterior. “Mesmo com aumentos pontuais, os restaurantes estão se adaptando à nova realidade de mercado trazida pela pandemia de covid-19 e evitando repassar o aumento dos custos aos trabalhadores”, afirma Jessica Srour, diretora–executiva da ABBT.
“Por isso a Pesquisa Preço Médio da ABBT é um importante termômetro para as empresas concederem o benefício adequado às necessidades de seus funcionários. Não fosse o benefício-refeição, o trabalhador gastaria um terço do seu salário com o almoço fora de casa”, explica Jessica. O salário médio do trabalhador brasileiro é de R$ 2.548,00. Levando em conta a média nacional do almoço, sem o benefício, o desembolso seria de R$ 894,08.
“A evolução dos índices inflacionários, principalmente os preços dos alimentos, reforça a importância do benefício-refeição para que o trabalhador brasileiro tenha acesso a refeições de qualidade, nutritivas e equilibradas”, acrescenta Jessica. O benefício é concedido pelas empresas aos seus funcionários graças ao Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT), criado há 46 anos.
Preços variam de cidade para cidade – A inflação não foi homogênea nos municípios brasileiros. Por isso, a variação de preços da alimentação fora do lar reflete a realidade econômica de cada região. “Não podemos esquecer que o setor de bares e restaurantes foi um dos mais impactados pela pandemia. O fechamento de estabelecimentos e o consequente desemprego podem ter afetado os valores apurados”, diz Jessica.
Em fevereiro (mês dentro do período de apuração da pesquisa da ABBT), São Luís ficou entre as três capitais brasileiras que registraram a maior inflação, segundo o IBGE, com 1,33%. De janeiro a abril, o indicador acumulou alta de 5,05%. “Cada cidade sentiu o aumento dos preços de maneira diferente, de acordo com sua realidade econômica e social. Custos como gás de cozinha e energia elétrica, além do valor do frete praticado, puxaram os preços para cima. Além disso, muitos restaurantes passaram a privilegiar o delivery. Há casos de oferta de pratos com valores acima do era praticado antes, só que mais fartos do que os que eram servidos no salão, para serem consumidos em grupo ou pela família. Todas essas variantes podem ter influenciado no cálculo da média dos preços finais da pesquisa”, comenta Jessica.
A pesquisa retrata os preços médios da refeição nas cinco regiões brasileiras e foi realizada pelo Mosaiclab, empresa de pesquisa que faz parte do grupo Gouvêa Ecosystem, para a ABBT. A região mais cara é a Sudeste e a mais barata é a Centro Oeste. Veja as médias por região:
Brasil | R$ 40,64 |
Sudeste | R$ 42,83 |
Nordeste | R$ 40,28 |
Sul | R$ 36,97 |
Norte | R$ 36,14 |
Centro Oeste | R$ 34,20 |
Veja o comparativo por capitais:
São Luís | R$ 51,91 |
Rio de Janeiro | R$ 47,09 |
Florianópolis | R$ 46,75 |
Aracaju | R$ 46,11 |
Natal | R$ 44,78 |
São Paulo | R$ 43,27 |
João Pessoa | R$ 42,76 |
Salvador | R$ 42,19 |
Recife | R$ 42,04 |
Belém | R$ 41,04 |
Vitória | R$ 39,66 |
Campo Grande | R$ 39,22 |
Curitiba | R$ 38,38 |
Belo Horizonte | R$ 36,83 |
Cuiabá | R$ 36,61 |
Palmas | R$ 36,61 |
Porto Alegre | R$ 36,12 |
Teresina | R$ 34,92 |
Maceió | R$ 34,76 |
Brasília | R$ 33,37 |
Manaus | R$ 31,91 |
Fortaleza | R$ 29,65 |
Goiânia | R$ 27,94 |
Metodologia da pesquisa – A pesquisa avaliou os valores praticados pelos restaurantes, lanchonetes e padarias que aceitam o benefício alimentação e foram divididos em quatro categorias: comercial (estabelecimentos com serviço mais simples e que serve o popular “prato feito”), autosserviço (sistema self-service por quilo ou buffet a preço fixo), executivo (oferece opção de prato do dia com desconto em relação aos demais apresentados no menu) e a la carte (ambiente mais sofisticado onde o consumidor escolhe o prato que será preparado na hora). Para os restaurantes por quilo foi considerado o valor de 500g da refeição e 200g da sobremesa. O preço inclui bebida (refrigerante, água ou suco), sobremesa e café.
Veja os preços por categoria em São Luís:
Preço médio | R$ 51,91 |
Comercial | R$ 29,67 |
Autosserviço | R$ 38,27 |
Executivo | R$ 61,65 |
A la carte | R$ 59,48 |
Sobre o PAT – Instituído pelo Governo Federal, pela Lei Federal 6.321 em 1976, é o mais duradouro programa socioeconômico do Brasil e um dos mais bem-sucedidos do mundo, referência para a Organização Internacional do Trabalho (OIT). É o único programa de benefício alimentar no mundo que prevê a possibilidade de ofertar refeições principais (almoço e jantar) e refeição menor (desjejum e lanche) para o trabalhador. O PAT beneficia cerca de 22 milhões de trabalhadores de aproximadamente 223 mil empresas.
Sobre a ABBT – Fundada em 1981 com o nome de ASSERT (Associação das Empresas de Refeição e Alimentação). Em junho de 2017 a entidade ampliou seu escopo de atuação e mudou o nome para ABBT – Associação Brasileira das Empresas de Benefícios ao Trabalhador. Atualmente, conta com 16 associados que representam as principais empresas em atuação no país.