Empregos

Ainda há 39 milhões de trabalhadores na informalidade no Brasil

A economia nacional, embora tenha apresentado avanços notáveis nos últimos anos, ainda sofre com a empregabilidade e a dificuldade de acesso ao mercado de trabalho. O reflexo disso são as mais de 39 milhões de pessoas que buscam empregos informais como alternativa para obtenção de renda e sobrevivência.

A informação foi apurada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o IBGE, por meio da Pnad Contínua, que registrou uma taxa de informalidade correspondente a 39,1% desde o primeiro trimestre até agosto de 2023.

Em um trimestre houve o crescimento de atividades sem carteira assinada no setor privado, com 266 mil empregos. Os trabalhadores domésticos correspondem a 176 mil, já os profissionais autônomos sem CNPJ são 129 mil. Pessoas que trabalham com a família somam 7 mil empregados, ao passo que os empregadores sem CNPJ são 34 mil.

De acordo com informações divulgadas pela CNN, as atividades informais do atual mercado de trabalho demonstram uma tendência à estabilidade em relação aos trimestres precedentes e à queda ao comparar com anos anteriores.

Entenda os motivos e o panorama econômico que o setor de empregos representa no país!

O perfil da informalidade e dos empregos no Brasil

Em 2022, 65,8% dos trabalhadores autônomos atuaram de maneira informal, segundo um relatório divulgado pelo IBGE. Os principais segmentos são o de comércio e o de serviços, com 22,4% e 41,3% da força de trabalho, respectivamente. Nesse mesmo ano, a média anual de trabalhadores sem carteira assinada atingiu o total absoluto de 38,8 milhões.

Por outro lado, a população ocupada atingiu o recorde de 98,9 milhões de profissionais, e a taxa de desocupação ficou em 9,3%, o menor índice desde 2015.

Em relação a 2023, a população ocupada trabalhando informalmente cresceu 1,6% em um trimestre, porém, ao comparar com o ano anterior, o número de pessoas na informalidade apresentou uma queda de 1,1% – cerca de 374 mil pessoas, ainda de acordo com a Pnad Contínua.

Outra boa perspectiva está relacionada com a diminuição da taxa de desemprego em 2023 para 8% no último trimestre móvel da pesquisa – o melhor resultado desde 2014. Isso representa 785 mil pessoas a menos no contingente de desempregadas.

As principais atividades informais

Uma das principais alternativas que os trabalhadores informais encontram para conquistar renda e sobreviver são os famosos “bicos”. Eles correspondem a 60,5% dos trabalhos de mais de 19,6 milhões de brasileiros, segundo uma pesquisa divulgada pela Fundação Arymax e pela B3 Social, a partir da análise dos dados da Pnad Contínua de 2022.

Esse tipo de trabalhador oferece um serviço de demanda instável, popularmente chamado de “bico”. Outras categorias de ocupação também foram mapeadas pelo estudo, como os informais com potencial produtivo (16,1%), informais frágeis que possuem contratos intermitentes e direitos reduzidos (21,1%) e informais por opção (2,3%).

Alguns exemplos destes tipos de profissionais são os freelancers, feirantes, ambulantes, coletores de recicláveis, pintores, domésticas, vendedores, pedreiros e pessoas que investem em aluguel de carros para aplicativos, a fim de atuar como motoristas.